Infarmed tem recusado pedidos de mobilidade para "manter as pessoas"
Anúncio da deslocalização do Infarmed para o Porto fez aumentar candidaturas à Agência Europeia do Medicamento, que deixa Londres e vai para Amesterdão. Pedidos de mobilidade para outros organismos públicos também aumentaram, mas têm sido recusados.
Com receio de ter de ir para o Porto, um “número razoável” de técnicos da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) está a candidatar-se a vagas na Agência Europeia do Medicamento (EMA, no acrónimo inglês) — que em breve, por consequência do "Brexit", se mudará do Reino Unido para a Holanda.
O semanário Expresso avança, numa notícia publicada este sábado, que os funcionários a candidatar-se à EMA serão, sobretudo, farmacêuticos.
“Sabemos que existe um número razoável” de pessoas a candidatar-se à EMA, diz um funcionário do Infarmed ao PÚBLICO. Mas, como cada um faz a sua candidatura, “não temos números”. Quanto às razões para preferir a mudança de país à mudança de cidade, “as regalias” oferecidas pela agência europeia serão a principal razão.
O número de pedidos de mobilidade para outros institutos públicos também será superior ao normal, mas têm sido recusados "para manter as pessoas".
A mesma fonte frisa que os trabalhadores “querem continuar no Infarmed mas, se tiverem de mudar, optam pela EMA” ou por trocar para outros organismos públicos.
A mensagem da direcção e da comissão de trabalhadores, diz fonte institucional do Infarmed, tem sido para os trabalhadores manterem a "tranquilidade".
A saída destas pessoas pode complicar a actividade normal do instituto. Com o "Brexit" e o anúncio da transferência da EMA para Amesterdão, na Holanda, "Portugal aceitou ficar com 20% dos processos que estavam na agência europeia". “Enquanto as outras congéneres estão a recrutar", no Infarmed "as pessoas estão a ir embora", diz um trabalhador.
Os funcionários do Infarmed estão a antecipar-se à decisão final de deslocar a sede do instituto de Lisboa para o Porto. O destino da Autoridade Nacional do Medicamento só deve ser conhecido depois de Junho, quando o relatório do grupo de trabalho que está a avaliar a deslocalização for entregue ao Ministério da Saúde.