Dois palestinianos mortos e 83 feridos em protestos na Faixa de Gaza
Trata-se do 36.º palestiniano morto a tiro pelos israelitas desde o início dos protestos da Marcha do Retorno, a 30 de Março.
Dois palestinianos foram mortos a tiro pelo Exército israelita nesta sexta-feira nos protestos junto à fronteira da Faixa de Gaza. Outras 83 pessoas ficaram feridas.
Ahmed Rashad al-Athamneh, de 24 anos, foi atingido a tiro a Norte da Faiza, disseram fontes palestinianas. Ahmad Nabil Abu Aqeb, de 25 anos,foi atingido com uma bala na cabeça a Leste de Jabalia, também no Norte da faixa de Gaza, disseram as autoridades palestinianas, citadas pelas agências de notícias internacionais.
Trata-se do 36.º palestiniano morto a tiro pelos israelitas desde o início dos protestos da Marcha do Retorno, a 30 de Março.
Os manifestantes reivindicam o regresso dos refugiados palestinianos às terras de onde foram expulsos ou de onde fugiram após a criação do Estado de Israel, em 1948, e protestam contra o bloqueio que Israel impõe há mais de dez anos à Faixa de Gaza, governada pelo movimento radical Hamas.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, dos 83 palestinianos feridos, 26 foram alvejados.
As sextas-feiras são o dia em que milhares de palestinianos participam nos protestos. A maioria fica a algumas centenas de metros da barreira de segurança na fronteira, fortemente guardada pelo exército israelita, mas alguns arproxomam-se das vedações.
Na manhã desta sexta-feira, relata a BBC, os militares israeliats lançaram panfletos sobre Gaza a dizer aos palestinianos para não se aproximarem da zona de segurança e para não se deixarem manipular pelo Hamas. Os militares, diziam os panfletos, estão “prontos para qualquer eventualidade”.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, e a representante da diplomacia europeia, Federica Mogherini, já pediram um inquérito à utilização de balas reais contra os participantes na Marcha do Retorno. O Parlamento Europeu pediu a Israel para se “abster de qualquer recurso à força letal” contra os manifestantes palestinianos.
O final dos protestos está marcado para 15 de Maio, o aniversário da criação de Israel, designado pelos palestinianos como a Nakba (catástrofe).