Costa pede acção das autoridades contra “cartéis” dos meios aéreos

Chefe do Governo fala em “acção concertada das empresas tendo em vista especular à custa da ameaça do risco de incêndio”, comportamento que classifica como “inaceitável”.

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Primeiro-ministro a entrar para um Kamov do Estado PP PAULO PIMENTA

O primeiro-ministro António Costa admitiu esta sexta-feira que existe uma cartelização entre as empresas de meios aéreos de combate a incêndios.

Questionado sobre o facto de os concursos lançados pelo Estado para esse fim terem ficado praticamente desertos, o chefe do Governo disse ser evidente a existência de “uma acção concertada por parte das empresas tendo em vista especular à custa da ameaça do risco de incêndio”, comportamento que classificou como “inaceitável”.

“Espero que as autoridades competentes ajam em conformidade. Pela nossa parte, não nos deixamos capturar”, acrescentou. “Asseguraremos os meios [de combate aos fogos], salvaguardando e protegendo também o dinheiro público. Se essas entidades julgam que capturam o Estado, estão enganadas, porque o Estado vai ter os meios necessários com ou sem elas".

António Costa falava aos jornalistas na Autoridade Nacional da Protecção Civil juntamente com o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita. No que toca à cartelização neste sector, fenómeno descoberto pelas autoridades espanholas e que se estenderá tanto a Portugal como a Itália, foi o primeiro-ministro quem fez as despesas da conversa. E com críticas pouco veladas: “Pode ser que as autoridades reguladoras e judiciais não ajam atempadamente para desfazer os cartéis que querem capturar o Estado. Mas o Estado não será capturado: teremos os meios aéreos a tempo e horas, custe a quem custar. E vai custar, porque não é possível nem aceitável que alguém queira transformar a segurança das populações numa ameaça ao Estado”. 

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