Ataque ao último bastião rebelde de Ghouta Oriental provoca 32 mortos

Operação terá sido conduzida com o apoio da aviação russa, diz o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

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A conquista de Douma significaria a maior vitória do Presidente sírio sobre as forças rebeldes nos últimos dois anos LUSA/YOUSSEF BADAWI

A Guarda Republicana da Síria, a elite que compõe as forças do Presidente sírio, entrou no último bastião rebelde de Ghouta Oriental, nos arredores de Damasco, anunciou nesta sexta-feira a televisão estatal síria. Aliada do Governo sírio, a aviação militar russa realizou cerca de 40 ataques nas últimas horas contra Douma. De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), os ataques provocaram a morte de pelo menos 32 pessoas, entre as quais estão cinco crianças, cita a Reuters.

Durante a última semana, a Rússia e o grupo rebelde Jaish al-Islam estiveram a negociar a pacificação da cidade. As duas partes chegaram mesmo a um acordo para evacuar a cidade, mas o mesmo foi suspenso na quinta-feira.

O acordo previa a passagem segura de combatentes e dos civis que o desejassem sair de Douma para Al-Bab e Jarablus. De acordo com Observatório Sírio para os Direitos Humanos, o acordo poderá ter sido inviabilizado por elementos de uma corrente dentro do grupo rebelde que se opõe à saída dos combatentes e consequente rendição.

As imagens recolhidas pela televisão estatal síria esta sexta-feira mostram nuvens de fumo na zona onde o grupo rebelde Jaish al-Islam se mantém. O grupo permanece na cidade como uma força de segurança local, conta o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. Já a televisão estatal contrapõe que as forças rebeldes mataram quatro civis, apesar de o Jaish al-Islam negar ter atacado zonas residenciais.

Um comandante da aliança militar regional que apoia o Presidente sírio não identificado pela Reuters afirma que a única opção de Jaish al-Islam seria aceitar uma passagem segura para a região a nordeste da capital síria, Alepo. "As negociações foram um fracasso. Quanto a Douma, a única solução é a solução militar", disse o comandante à Reuters.

Os órgãos de comunicação estatais transmitem ainda que o ataque pode parar se o grupo concordar em libertar soldados e civis raptados.

Mohammad Alloush, um dos representantes do Jaish al-Islam, garante que o grupo quer continuar a negociar. “Não queremos fechar mais uma porta que pode conduzir ao derramamento de mais sangue de civis”. No entanto, Alloush afirmou também que o grupo quer continuar em Douma, uma exigência rejeitada pelo Governo sírio.

A conquista de Douma significaria a maior vitória do Presidente sírio sobre as forças rebeldes nos últimos dois anos. De acordo com o Observatório Sírio, as tropas de Assad já controlam 95% do enclave de Ghouta, após a ofensiva militar iniciada em meados de Fevereiro. 

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