Quase 1900 pessoas assinaram petição contra o encurtamento da linha amarela do Metro
Linha amarela ficará restrita ao percurso entre Odivelas e Telheiras e as restantes estações passam a integrar a linha verde.
Perto de 1900 pessoas assinaram uma petição contra o encurtamento da linha amarela do Metro de Lisboa, considerando que a criação de uma linha circular deixará de ser uma "opção atractiva" para a maioria dos milhares de passageiros. Em causa está o novo plano de expansão do Metro, segundo o qual a linha amarela passará a ligar Odivelas a Telheiras (com desvio no Campo Grande) e as restantes actuais estações que fazem parte desta linha (Cidade Universitária — Rato) passarão a fazer parte da verde, que irá assumir um trajecto circular. Essa alteração irá ocorrer quando estiver concluída a expansão entre o Rato e o Cais do Sodré.
Para os peticionários, os milhares de passageiros que hoje apanham o Metro no concelho de Odivelas e na parte Alta de Lisboa, "vão ser obrigados a mudar de linha no Campo Grande para chegar a estações como o Rato, o Marquês de Pombal ou o Saldanha, no centro da capital, que transitam para a futura linha verde circular".
O texto que acompanha a petição refere ainda que "só quem não apanha o metro todos os dias, é que não sabe o transtorno que é a mudança de linha, muitas vezes a espera pelo metro é superior ao tempo da viagem em si". É também dado o exemplo que, numa viagem na linha amarela pelas 9h, muitas vezes os passageiros da Quinta das Conchas (e até por vezes do Lumiar) "não conseguem entrar nas carruagens por estas estarem completamente cheias". A petição cita ainda um artigo do PÚBLICO que lembra a procura que esta linha tem. Em 2017, a estação de metro de Odivelas foi a terceira mais movimentada da linha amarela, ultrapassando mesmo a estação do Marquês de Pombal. Odivelas teve 7.364.376 entradas e saídas de passageiros, ficando assim só atrás do Campo Grande (com 7.987.650) e de Entrecampos (10.572.643), que foi a estação mais frequentada da linha.
"Todos estes passageiros terão que sair obrigatoriamente no Campo Grande para trocar para a 'nova Linha verde', que irá trazer já passageiros dentro das carruagens. Será, obviamente impossível que todos consigam apanhar o primeiro metro que chegue, por isso, muitos vão ter que esperar por um segundo metro", refere o documento.
Há ainda o exemplo do caso de um passageiro que viva na Quinta das Conchas e que vá para Cidade Universitária, ter que esperar pelo metro duas vezes, para fazer duas estações, enquanto uma pessoa que viva no Lumiar e que vá para o Oriente, vulgo Expo, passará a ter que esperar pelo metro três vezes.
Segundo os signatários, o metro deixará de ser "uma opção atractiva" para os 18,7 milhões de entradas e saídas de passageiros que se registaram nas estações da linha amarela a norte do Campo Grande só no ano passado.
"Assim, muitos destes passaram a levar o seu carro para o centro da cidade afectando a vida de todos os lisboetas. Aumentando o tráfego automóvel, o aumento da sinistralidade rodoviária, o aumento do stress, o aumento da poluição e o aumento da poluição sonora entre outros", refere o texto.
Por tudo isto, os signatários da petição consideram não ser possível considerar estações como a Ameixoeira, Lumiar, Quinta das Conchas e Telheiras, que pertencem ao município de Lisboa, como "intercidades".
O presidente do Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa (ML), Vítor Domingues dos Santos, defendeu, em Março, que a solução de construção de uma linha de circular é a que melhor serve os interesses dos utilizadores daquele meio de transporte.