Nova tabela da ADSE entra este domingo em vigor

Alterações vão ao encontro das pretensões dos operadores privados. Nova tabela abrange áreas como consultas, imagiologia, próteses, medicina dentária, radioterapia, entre outros.

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As consultas para os beneficiários da ADSE estão contempladas na nova tabela Rui Gaudencio

Após meses de negociações com os operadores privados, a nova tabela de preços a pagar aos prestadores de cuidados de saúde aos beneficiários da ADSE entra neste domingo em vigor, após meses de negociações com os operadores e uma adenda com 15 alterações.

Inicialmente prevista para entrar em vigor a 01 de Março, a nova tabela de preços foi objecto de negociação entre a ADSE e os operadores privados, representados pela Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), após uma proposta inicial ter sido recusada pelos convencionados.

Em finais de Março, a ADSE publicou no site a nova tabela, mas os operadores privados emitiram um comunicado, no qual afirmavam que a mesma continha "erros e imprecisões". Algumas dessas correcções foram agora contempladas numa adenda com 15 alterações, comunicada aos hospitais privados na última segunda-feira.

Nessa comunicação, a ADSE reconheceu que a tabela tinha "algumas incorrecções" e, perante "a necessidade de clarificar algumas das regras", incorporou alterações numa errata com 15 pontos que abrange áreas como consultas, imagiologia, próteses, medicina dentária, radioterapia, entre outros.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, já se mostrou confiante, considerando que a nova tabela de preços da ADSE vai alcançar objectivos de poupança, ao mesmo tempo que avisou que "o conselho directivo não está lá para satisfazer os privados, mas sim os beneficiários".

As alterações vão ao encontro das pretensões dos operadores privados que, aquando da primeira proposta da nova tabela, estimavam um corte de 42 milhões de euros no total do regime convencionado.

Em Janeiro, o presidente da APHP e antigo secretário de Estado da Saúde, disse, Óscar Gaspar, afirmou à Lusa que "um corte de 42 milhões basicamente significa um corte de 10% e um corte de 10% não é comportável porque os operadores privados não trabalham com margens de 10%".

Para Óscar Gaspar, esta situação "obrigaria a trabalhar em negativo e isso colocaria em causa a qualidade da prestação de cuidados de saúde".