Concursos para jovens médicos especialistas com mais de 100 vagas por preencher

Nos centros de saúde, 23 lugares ficaram por ocupar, enquanto nas especialidades hospitalares e na saúde pública se candidataram apenas 400 médicos para 503 vagas.

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Rui Gaudêncio

Mais de uma centena de vagas nos últimos concursos para a colocação de médicos recém-especialistas no Serviço Nacional de Saúde (SNS) vão ficar por preencher. Nos concursos abertos este mês para a contratação de médicos de família, de especialidades hospitalares e de saúde pública que concluíram a sua formação em 2017, mais de 100 lugares vão ficar sem candidatos, a crer nos dados preliminares avançados pelo Ministério da Saúde.

Os resultados já conhecidos destes concursos (que desencadearam grande polémica por se terem atrasado vários meses) levaram esta quinta-feira o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) a sustentar que o Ministério da Saúde se revelou “incapaz de atrair e fixar médicos” no SNS.

Os dirigentes do SIM, da Federação Nacional dos Médicos e da Ordem dos Médicos por várias vezes reclamaram a abertura dos concursos para a contratação dos jovens especialistas que terminaram a formação em 2017, alegando que, face à indefinição, muitos estavam a optar por ir trabalhar para o sector privado ou para o estrangeiro.

Os primeiros resultados, adiantados pelo jornal i e confirmados pelo Ministério da Saúde, indicam que ao concurso para a colocação de médicos especialistas em Medicina Geral e Familiar se candidataram 117 profissionais (quando havia 110 vagas) mas que apenas 87 acabaram por optar por ficar a trabalhar nos lugares disponibilizados nos centros de saúde. Ou seja, 23 vagas ficaram por preencher.

Relativamente às áreas hospitalares, candidataram-se 381 profissionais, enquanto na saúde pública concorreram aos lugares disponíveis 19 recém-especialistas. Portanto, houve 400 médicos para um concurso que tinha à partida 503 vagas, quando, segundo o SIM, eram "725" os especialistas hospitalares e de saúde pública que terminaram a sua formação em Abril (primeira época) e em Setembro (segunda época). Lançado no início deste mês, ao contrário do que é habitual, o concurso juntou os médicos que acabaram a formação nas duas épocas.

Fazendo as contas, serão assim pelo menos 126 (23 nos centros de saúde e 103 nas áreas hospitalares e de saúde pública) os lugares que ficaram por ocupar. “Para este cenário muito contribuiu o atraso de mais de 10 meses na abertura do concurso, criando instabilidade e inquietação”, alega o SIM, que reclama que comece já a ser preparado o concurso para "os cerca de 500 médicos recém-especialistas hospitalares e 300 da área de Medicina Geral e Familiar que concluirão a formação específica em Abril", de forma a que possam iniciar funções a 1 de Junho próximo.

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