Incêndio de Outubro foi fenómeno extremo e tornou-se incontrolável em menos tempo do que Pedrógão
A reconstituição da comissão independente, cujo relatório será entregue nesta terça-feira ao Parlamento, conclui ainda que a maioria das 49 vítimas dos incêndios de Outubro morreu durante a noite, período de maior intensidade das chamas.
Os incêndios de Outubro, que deflagraram nos distritos de Coimbra, Viseu e Guarda, tornaram-se incontroláveis em menos tempo do que o fogo de Pedrógão Grande, que três horas após o alerta a chegou à situação mais crítica. Esta é uma das conclusões da reconstituição da comissão técnica independente, consultada pelo Jornal de Notícias. O documento será entregue nesta terça-feira ao Parlamento.
Nesta situação, independentemente dos meios disponibilizados, o fogo não pode ser combatido e a estratégia a adoptar deve ser defensiva, de protecção da população. Os peritos da comissão técnica classificam este fenómeno como extremo e sem precedentes da Europa. A protecção da população foi dificultada pela dispersão das povoações e pela enorme área afectada pelas chamas, escreve o JN.
A reconstituição da comissão técnica conclui ainda que a maioria das 49 vítimas dos incêndios de Outubro morreu durante a noite de 15 para 16 de Outubro, coincidindo com o período de maior intensidade das chamas.
Os incêndios de Outubro atingiram 36 concelhos da região Centro e Norte, provocando 49 mortos e cerca de 70 feridos. Das 1177 casas a reconstruir nos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu, 77 já estão reconstruídas e 258 em vias de reconstrução.