Residências universitárias: “Estamos a tentar negociar soluções nos concelhos limítrofes de Lisboa”

Instituto tem apenas 70 camas para quase 10 mil estudantes. Edifício do IMTT na Avenida das Forças Armadas vai ser integrado no campus, explica nova reitora.

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Miguel Manso

Maria Lurdes Rodrigues diz que "o ISCTE precisa de espaço já, para o desenvolvimento das áreas laboratoriais, para o alargamento de espaços de trabalho para os estudantes de doutoramento, para os centros de investigação".

Quais as principais alterações que fará no ISCTE?
Definimos três tópicos como prioridades para arrancar o mandato. O alargamento do campus do ISCTE, com a integração do terreno e do edifício do IMTT — Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres [situados na Avenida das Forças Amadas]. Abandonámos completamente o projecto de construção do edifício 3 do ISCTE. Vamos manter o edifício do IMTT, numa primeira fase com uma intervenção mínima.

É uma solução mais conservadora do ponto de vista financeiro?
É conservadora do ponto de vista financeiro e responde de imediato às necessidades de espaço que o ISCTE tem. Com a construção de um novo edifício, só daqui por três ou quatro anos é que teríamos espaço. O ISCTE precisa de espaço já, para o desenvolvimento das áreas laboratoriais, para o alargamento de espaços de trabalho para os estudantes de doutoramento, para os centros de investigação.

Qual o prazo para o fazer?
Não sabemos ainda. Ainda não tive sequer uma primeira reunião com o presidente do IMTT, para perceber quando é que eles libertam o edifício. A segunda prioridade são as residências para estudantes. O ISCTE [que tem 10 mil alunos] recebeu, há dez anos, uma residência com capacidade para cerca de 70 camas e até hoje não a ampliou.

E, em dez anos, o número de estudantes aumentou consideravelmente.
Sim, sobretudo alunos estrangeiros. Não teria sido possível a aprovação de alguns cursos internacionais, se o ISCTE não tivesse essa capacidade. Mas é muito insuficiente para resolver o problema das dificuldades económicas dos estudantes. Estamos a tentar aumentar a capacidade no edifício que temos [no convento de Santos-o-Novo], que exige uma negociação com os proprietários do resto do edifício. E estamos também a tentar negociar soluções nos concelhos limítrofes da cidade de Lisboa que são servidos por transportes públicos que também servem o ISCTE, dentro de uma localização razoável, a 10-15 minutos de distância.

Isto será feito com verbas próprias ou vai convocar o Governo?
As soluções em que estamos a pensar não exigem elevados volumes de investimento e estão ao alcance dos recursos que o ISCTE tem. Se pudermos tirar partido de linhas de financiamento que existem nos fundos estruturais, ou de colaborações com as câmaras municipais, vamos aproveitar.

E a terceira prioridade?
A qualificação dos recursos humanos, em particular do corpo docente e de investigadores.

Quantos contratos precários existem neste momento?
Foi apresentada uma lista ao programa de regularização dos precários (PREVPAP), que tem muitos investigadores e docentes e alguns funcionários. O ISCTE já resolveu as situações da maior parte dos sete funcionários que se apresentaram ao programa e está em vias de resolver a dos outros funcionários que, estando nas mesmas condições, não se apresentaram. Não sabemos ainda quantos são, estamos a fazer esse levantamento. Este programa serviu para chamar a atenção para um problema que existe nas universidades e que não se pode confundir com o estatuto de docente convidado.

Mas esse é também um problema nas universidades.
O estatuto de docente convidado foi usado, no ISCTE e em algumas outras universidades, de uma forma abusiva, escondendo as necessidades permanentes que exigiam a abertura de um concurso de carreira. O estatuto de docente convidado deve ser preservado porque ele é muito importante para ligar a universidade à sociedade. Mas há falsos docentes convidados e, para esses, assumi o compromisso de abrir concursos para professores auxiliares.

Quantas pessoas são?
Dezassete, talvez. No caso dos bolseiros, o nosso compromisso é tirar partido dos programas que o Governo lançou, como o do emprego científico. Nesta semana vamos anunciar qual a data em que os editais para os concursos do emprego científico vão abrir. É para muito breve. Temos 53 bolseiros que estão abrangidos pela norma transitória.

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