Interditada frente do palácio de Mafra por risco de queda dos sinos

Existem sinos presos por andaimes desde 2004. O restauro dos sinos e carrilhões deveriam ter avançado em 2015, mas o Tribunal de Contas ainda não deu permissão.

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Em 2013, os sinos e carrilhões de Mafra foram considerados um dos sete sítios mais ameaçados na Europa Nuno Ferreira Santos

A Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) e a Protecção Civil interditaram a circulação pedonal em frente às torres do Palácio Nacional de Mafra para evitar acidentes decorrentes da queda de sinos ou outras estruturas devido ao mau tempo. "O condicionamento imposto nos últimos dias à circulação de pessoas na área envolvente às torres sineiras é uma medida de segurança preventiva, resultante da activação de um plano de contingência criado pela DGPC em articulação com o município de Mafra", confirmou nesta quarta-feira a DGPC.

A mesma entidade esclareceu que, "apesar do mau tempo registado nas últimas semanas, não se detecta um agravamento do estado de conservação das torres, dos sinos e respectivas estruturas de suporte, não havendo, por isso, risco de derrocada".

Em 2013, os sinos e carrilhões de Mafra, no distrito de Lisboa, foram considerados um dos sete sítios mais ameaçados na Europa, pelo movimento de salvaguarda do património Europa Nostra. A sua recuperação é considerada urgente por haver sinos presos por andaimes desde 2004, situação que é monitorizada com periodicidade pelos técnicos da DGPC e outros especialistas.

O escoramento dos sinos, alguns deles a pesar 12 toneladas, tem sido usado como solução provisória para garantir a sua segurança e das estruturas de suporte, em madeira, que estão apodrecidas, assim como das pessoas que circulam frente ao palácio.

Em Setembro de 2015, a DGPC lançou um concurso de dois milhões de euros para o restauro dos sinos e dos carrilhões, mas as obras ainda não começaram, por se aguardar pelo visto do Tribunal de Contas, esclareceu aquela entidade.

Na portaria, o Governo justifica as obras, ao reconhecer que se trata de um "conjunto histórico de valor patrimonial único no mundo" e que carece de "reabilitação urgente face ao avançado estado de degradação", que acarreta "riscos de segurança não só para o património, como para utentes do imóvel e os transeuntes da via pública".

Os dois carrilhões e 119 sinos, que marcam as horas e os ritos litúrgicos, constituem o maior conjunto sineiro do mundo, sendo, a par dos seis órgãos históricos e da biblioteca, o património mais importante do palácio.