Presidente aguarda conclusões de investigação ao assalto em Tancos

Marcelo Rebelo de Sousa insiste que "há aspectos fundamentais que importa esclarecer e aprofundar".

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Marcelo Rebelo de Sousa esteve nesta quarta-feira no Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas, no concelho de Sintra LUSA/Manuel Almeida

O Presidente da República disse nesta quarta-feira, em Sintra, que não desiste de esperar pelas conclusões da investigação ao desaparecimento de armas em Tancos, que decorrem em colaboração com a instituição militar.

"Certamente chegaremos a conclusões, apurando o que se passou e, na medida do possível, quem foi responsável por aquilo que se passou", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando que não desiste "de esperar que se chegue a essas conclusões".

O chefe supremo das Forças Armadas, que falava à margem de uma visita ao Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas, no concelho de Sintra, respondeu desta forma a perguntas sobre a demora na investigação ao furto de material militar na base de Tancos, em Junho de 2017.

O chefe de Estado salientou que já "disse tudo o que tinha a dizer" durante a tomada de posse do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, a 1 de Março, de que "há aspectos fundamentais que importa esclarecer e aprofundar" sobre o desaparecimento do material militar.

"Esperava que da colaboração entre uma instituição especializada em investigação criminal e a instituição militar decorresse esse conjunto de conclusões que estão por apurar", reiterou Marcelo Rebelo de Sousa.

O ministro da Defesa rejeitou também nesta quarta-feira que o Governo se tenha atrasado a entregar ao Parlamento o relatório sobre as medidas tomadas após o roubo de material militar em Tancos e garantiu que estará concluído nos próximos dias.

"Não há atraso, porque o que eu disse na comissão de Defesa Nacional foi: 'penso que será possível entregar até ao fim do mês de Fevereiro', mas o trabalho está a ser concluído e será com certeza entregue, espero eu, nos mais breves prazos", afirmou hoje José Azeredo Lopes aos jornalistas, à saída de uma audição parlamentar sobre a cooperação estruturada permanente.

O PÚBLICO revelou esta quarta-feira que o ministro da Defesa comprometeu-se, a 16 de Janeiro, a entregar na comissão parlamentar, até ao final de Fevereiro, um "dossier documental" com todas as medidas estruturais que foram tomadas na sequência do apuramento do que ocorreu em Tancos. O prazo terminou há sete dias e os documentos ainda não chegaram ao Parlamento.

"O dossier documental encontra-se em preparação", disse ao PÚBLICO um assessor do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, sem revelar, porém, quando será entregue o conjunto de documentos. Segundo o governante, a elaboração deste "dossier documental" visava "esclarecer a opinião pública" sobre tudo o que foi feito neste processo.

Pedro Roque, coordenador do PSD na Comissão Parlamentar de Defesa (CPD), diz que o atraso do ministro da Defesa de documentação sobre Tancos "já é um hábito", acusando Azeredo Lopes de "falta de respeito institucional" para com a comissão.

Pedro Roque, que já foi confirmado como coordenador do PSD na CPD sob a chefia da bancada de Fernando Negrão, afirma que "o ministro não tem respeito pelos prazos", mas diz nem dar "grande relevância política" a este último atraso. "Eles [os documentos] vão acabar por chegar. Chegam atrasados, mas chegam", concluiu.