Black Panther, o novo filme da Marvel, que é mesmo, mesmo obrigatório ver. Saiba porquê.
Era uma vez um príncipe que, com a morte do pai, tem de assumir o trono e salvar o país dos inimigos. Este é um resumo demasiado simples do novo filme da Marvel, Black Panther, que estreou nas salas nacionais a 15 de Fevereiro. A história T'Challa está a encantar espectadores e até já mereceu elogios de Michelle Obama. Por cá, bastou uma semana em cartaz para chegar ao primeiro lugar dos filmes mais vistos. Afinal, como pergunta a canção, o que é que T'Challa tem?
Bem, é inevitável escapar à questão. A Disney já tinha a sua princesa negra, faltava agora um super-herói de origem africana chegar aos cinemas com um filme próprio e ninguém melhor do que a Marvel, que agora pertence ao universo de Walt Disney, para tratar do assunto.
O estúdio conhecido como “fazedor de heróis” pegou na personagem que viu pela primeira vez a luz do dia em 1966, na banda desenhada do Quarteto Fantástico, e chamou Ryan Coogler para co-escrever e realizar aquele que é o primeiro filme com um super-herói de descendência africana. Com um elenco predominantemente negro, a história decorre num reino sul-africano fictício, Wakanda, que tem vivido fechado ao Mundo, mas é tecnologicamente muito evoluído e rico em vibranium, um metal raro, mágico, inquebrável, que foi depositado na Terra por um meteorito há 10 mil anos e é vendido a mais de 10 mil dólares o grama. É daqui que vem a riqueza que possibilita toda a evolução tecnológica do País e é este material que desperta a cobiça dos inimigos deste novo super-herói.
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Mas Black Panther é mais do que uma história de ganância e luta pelo poder. Aborda temas como a diversidade e a igualdade de género e não escapa à incontornável questão de ter um elenco maioritariamente negro, numa altura em que as temáticas do género e da cor da pele estão ao rubro na América de Donald Trump. Até Michele Obama fez esta associação quando, numa rara “aparição” no Twiter, reconheceu ter gostado do filme e deu os parabéns à produção por terem feito chegar ao grande ecrã um filme onde os jovens podem finalmente ver “super-heróis que se parecem com eles”, o que irá certamente inspirar os mais novos a procurar “coragem para serem heróis das suas próprias histórias”.
Também por cá o filme tem despertado curiosidade e, logo na semana de estreia, Black Panther foi o filme mais visto em Portugal, levando às salas de cinemas mais 90 mil espectadores, segundo o Box Office do Instituto do Cinema e do Audiovisual.
Quem é este herói?
Por trás deste sucesso está a história de T’Challa, o Black Panther, interpretado por Chadwick Boseman. O jovem estudou na Universidade de Oxford, licenciou-se em Física e é um Às em ginástica olímpica e mestre em diversas artes marciais, como compete a qualquer super-herói. Tem inteligência, destreza física e capacidade de liderança, as qualidades fundamentais para qualquer herdeiro ao trono.
Com a morte do pai, num ataque terrorista no filme Capitão América: Guerra Civil, T’Challa vê-se obrigado a regressar a Wakanda, um reino fictício que até aos dias de hoje viveu escondido do Mundo. E é aqui que o filme ganha o toque de originalidade: os cenários que nos transportam para o ambiente africano – as cores fortes, os ícones tribais – misturam-se com um ambiente marcadamente tecnológico onde decorre a acção, mas que tem também muita natureza, um lado tradicional e outro com cheiro a futuro. É também com este cenário como fundo que assistimos à luta interior de T’Challa entre o passado e o futuro, entre a difícil decisão de manter o Reino escondido dos olhos internacionais ou dar a conhecer a toda a gente as maravilhas tecnológicas de que Wakanda é possuidora. Surpresa: afinal um herói tem dúvidas, tem medos, é um homem por quem até sentimos compaixão.
Com o abalo na vida de T’Challa, que o força a exceder-se a si próprio, estão os vilões da história: o traficante de armas e de vibranium Ulysses Klaue, interpretado por Andy Serkis, e Erik Killmonger, a quem Michael B. Jordan dá vida, cuja ambição é ocupar o lugar de monarca todo poderoso do reino africano.
Um filme com woman power
Como qualquer país, Wakanda tem um exército. Como qualquer soberano, T’Challa conta com tropas fiéis, amigos de confiança e ídolos inspiradores. Mas, neste reino, esses papéis estão entregues a elas, um reconhecimento do valor do papel da mulher na sociedade.
Talvez Hollywood nunca tenha precisado tanto como agora de filmes com mulheres fortes, poderosas, decididas, lutadoras e Black Panther traz um leque irrepreensível de papéis onde as mulheres não estão atrás do herói, nem são a rapariga indefesa a precisar de salvação. Elas são a salvação. É delas que depende o sucesso da jornada do super-herói.
E olhem só o “dedo” da equipa de casting para as escolhas: para mãe conselheira Angela Bassett, para irmã incentivadora e criadora da tecnologia que dá os super-poderes ao herói, Letitia Wright, para espia internacional – com um eterno crush pelo príncipe e por quem ficamos a torcer por um final feliz - Lupita Nyong’o, e para chefe do exército de forças especiais – as Dora Milaje, constituído só por mulheres - Danai Gurira.
E para finalizar, é impossível esquecer que os 134 minutos do filme estão entregues a uma banda sonora assinada pela superestrela mundial, Kendrick Lamar - só este ano arrebatou nada mais, nada menos do que quatro Grammy’s – que também dá também voz ao tema principal “All The Stars".
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