Melo defende que CDS e PSD sozinhos podem ultrapassar esquerda

Centrista insistiu que PSD e CDS sozinhos têm de atingir os 116 deputados, para poderem voltar ao governo.

Nuno Melo participou na iniciativa do CDS: Conversas sobre a Europa
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Nuno Melo participou na iniciativa do CDS: Conversas sobre a Europa LUSA/ANTÓNIO COTRIM
Assunção Cristas também esteve presente
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Assunção Cristas também esteve presente LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O vice-presidente do CDS Nuno Melo defendeu esta quinta-feira que os centristas concorrerem sozinhos às eleições europeias potencia os seus votos, com o objetivo de, juntamente com o PSD, alcançarem mais mandatos do que PS, BE e PCP juntos.

"Temos uma vocação originária de partido que vai a votos com uma crença que pode, à sua escala, vencer. E se nas eleições europeias o pudermos fazer juntando os nossos votos a outros votos de centro-direita, tendo mais deputados do que BE, PCP e PS, estaremos seguramente a prestar um grande serviço ao país", defendeu o também eurodeputado Nuno Melo.

Numa conferência na sede do CDS, em Lisboa, Nuno Melo antecipou ideias da moção sectorial sobre Europa que levará ao Congresso centrista de Março, em Lamego, sublinhando que, "às vezes, os dois partidos concorrendo separadamente podem potenciar em mandatos mais do que aquilo que podiam fazer conjuntamente".

"Acho que este é um desses momentos, se tivermos em conta também a mudança de paradigma que a dita 'geringonça' acaba por acrescentar ao debate político português", sustentou.

Para Nuno Melo, há também questões de percepção, relacionadas com a experiência histórica: "Em 2009, quando fomos sozinhos elegemos dois deputados, em 2014 quando fomos a votos coligados elegemos um eurodeputado e não foi culpa do PSD, muito menos do cabeça de lista, sendo que devo reafirmar que tive a extraordinária possibilidade de fazer campanha com o Paulo Rangel".

Nuno Melo argumentou que em 2014 os dois partidos estavam juntos no Governo e que concorrerem separados às eleições ao Parlamento Europeu poderia abrir fracturas com repercussões na coesão governativa do executivo Passos/Portas.

O eurodeputado apontou, contudo, que actualmente "há diferenças expressivas no que tem a ver, por exemplo, com os impostos transnacionais", que o CDS rejeita liminarmente. Nuno Melo apontou também para a proximidade de calendário com as eleições ao Parlamento Europeu a decorrerem no mesmo ano do que as legislativas.

"Numas eleições que acontecem e Maio, se o calendário se mantiver, antes de eleições que decorrerão em Outubro, não é irrelevante que o espaço político de centro-direita possa eleger mais eurodeputados do que o espaço político de centro-esquerda", sustentou.

"Como tem sido sublinhado pela presidente do partido, o que está em causa nas eleições legislativas de 2019 já não é apenas ganhar as eleições, é garantir que, contados os votos, o espaço político do centro direita, que é como quem diz PSD e CDS, tem mais um deputado do que a esquerda", vincou.

No debate participaram ainda o ex-eurodeputado Diogo Feio e diretor do Gabinete de Estudos do CDS-PP e a professora universitária Raquel Vaz Pinto. Diogo Feio fez questão de sublinhar que hoje não há "desconfortos" no CDS com a questão europeia e "ninguém sai do partido" a propósito desta matéria. "Hoje, o CDS é um partido da casa comum europeia", frisou.

As outras ideias adiantadas por Nuno Melo na sua moção sectorial ao Congresso passam pela rejeição de listas transnacionais ao Parlamento Europeu e pela recusa de impostos europeus, que tem vindo a reiterar nas suas posições públicas recentes.