Dias mais frios num país com dificuldade em manter-se quente

Segundo o IPMA, os meses de Dezembro de 2017 e Janeiro de 2018 foram, em média, mais frios e chuvosos do que o mesmo período de 2016/2017. Temperatura deve subir este fim-de-semana.

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NUNO ANDRÃO FERREIRA

O início deste Inverno foi mais frio do que o anterior. Segundo dados da divisão de climatologia do IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera), a temperatura média em Dezembro e Janeiro foi de 9,17 graus quando, no período homólogo, se ficou pelos 9,34.

Aliás, a temperatura média para este período está 0,22 graus abaixo daquilo que é considerado normal para a época, diz ainda o IPMA.

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Os primeiros dias de Fevereiro deste ano também foram mais frios. A temperatura foi 5 graus mais baixa do que no mesmo período de 2017. Em relação à temperatura mínima e máxima, a diferença também foi significativa: entre 1 e 8 de Fevereiro de 2018, registou-se uma mínima de 0,7 graus (contra 7,1 graus no ano passado) e uma máxima de 11,2º (contra 15º no ano passado).

Também choveu mais neste período. Entre Dezembro de 2017 e Janeiro de 2018, o valor da precipitação correspondeu a 174,4 mm. Já no período homólogo de 2016/2017, a precipitação ficou-se pelos 129 mm.

Quanto à previsão para este fim-de-semana, o IPMA antecipa descida de temperatura nas regiões Norte e Centro e subida da máxima no Sul, no sábado. No domingo, o instituto refere pequena subida de temperatura, em particular no Norte e Centro.  

Portugueses têm dificuldade em manter a casa quente

Apesar do frio, os portugueses continuam a ter dificuldade em aquecer-se. Dados do Eurostat – referentes a 2016 – divulgados no início deste ano indicam que em Portugal 22,5% das famílias não tem meios para manter a casa quente. Da União Europeia, o país é o quinto com pior desempenho. À frente de Portugal, estão apenas a Bulgária, a Lituânia, a Grécia e o Chipre.

A dificuldade em aquecer a casa pode levar a complicações de saúde. Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, defende: “Tem de haver um trabalho prévio entre a Saúde e a Segurança Social para que as pessoas tenham condições."

Ainda assim, o país apresenta uma tendência descendente no que respeita à incapacidade de aquecer a casa devidamente desde 2006, apenas interrompida em 2007, 2010 e entre 2011 e 2014, época em que se registaram ligeiras subidas. Há 12 anos, este indicador revelava que quatro em dez famílias portuguesas não tinham meios para manter a casa quente de forma adequada. Neste período, a recuperação foi de 17,4 pontos percentuais.

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