A Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) decidirá, até Março, sobre a mudança da sua marca, nomeadamente quanto ao nome que usa junto dos clientes para evitar confusões entre produtos do banco e da mutualista, disse à Lusa o presidente do banco.

"De acordo com a determinação do Banco de Portugal, há um plano a ser preparado e trabalhado. Até Março terá de ser tomada uma decisão em termos de marca", afirmou à Lusa Félix Morgado, presidente da CEMG, referindo que em causa está a "denominação" com que o banco se apresenta aos clientes e que poderá mudar para evitar confusões de produtos financeiros da CEMG e produtos financeiros da Associação Mutualista Montepio Geral.

O gestor afirmou que já várias acções foram concretizadas ao longo de 2017 para reforçar junto dos clientes bancários a diferenciação entre a Associação Mutualista Montepio Geral e a Caixa Económica Montepio Geral, incluindo a mudança de nome dos produtos e alteração de imagem dos balcões. A CEMG é detida na totalidade pela Associação Mutualista Montepio Geral.

Sobre notícias de que o banco Montepio tem vendido produtos da mutualista sem distinção clara de que não são depósitos, Félix Morgado não quis comentar.

Em causa está a obrigação de o Montepio distinguir bem para os clientes o que são produtos da Associação Mutualista Montepio Geral e os da Caixa Económica Montepio Geral. É que os da Mutualista, apesar de terem características semelhantes aos depósitos, não o são e não estão cobertos pelo Fundo de Garantia de Depósitos em caso de perdas motivadas por problemas na instituição.

"O conselho de administração que estiver em funções [nessa altura] tem de fazer uma proposta ao accionista" sobre a mudança de marca, disse Félix Morgado, que está de saída do banco Montepio, onde será substituído por Nuno Mota Pinto.

Antes de decidir sobre a mudança de marca, a CEMG deverá levar a cabo estudos de mercado para saber quais as alterações que deve fazer para que continue protegido o valor da marca.

A Caixa Económica Montepio Geral anunciou hoje que conseguiu lucros de 30,1 milhões de euros em 2017, que comparam com os prejuízos de 86,5 milhões de euros de 2016.