Novo presidente da TAP pede para lhe mandarem mensagens e gosta que o sigam no Instagram

Antonoaldo Neves quer crescer 5% a 7% ao ano e entre diz que vai dedicar 20% do tempo para falar com trabalhadores.

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Antonoaldo Neves substituiu Fernando Pinto LUSA/TIAGO PETINGA

“Gestão aberta e de proximidade”. Este é, segundo diz a TAP na sua intranet, o lema do novo presidente executivo da TAP, Antonoaldo Neves. Há até uma rubrica nova, baptizada de “Voamos juntos”, onde o gestor, ex-presidente da Azul, transportadora aérea brasileira, vai passar a dar conta dos contactos que faz no interior da companhia.

A primeira visita, diz a empresa na nova página da intranet, foi à área de manutenção e engenharia e à área de treino e instrução de pessoal navegante de cabina (que desmarcou recentemente uma greve marcada para o Carnaval, num “voto de confiança” à nova gestão). A TAP fala de um “registo informal e muito próximo”, ao jeito do management by walking (conceito de gestão também conhecido por management by wandering) através do qual Antonoaldo - como o gestor prefere ser chamado, sem o apelido - “fez questão de ouvir as preocupações e questões dos colaboradores”.

Ao mesmo tempo, “foi também explicando o que o trouxe à TAP, quais os pontos fortes da empresa e onde estão os principais desafios”, adiantando qual “a sua visão e modelo de gestão” pensado para a empresa.

Aqui, a palavra de ordem é “mais”. Lê-se na página da intranet que o gestor, que sucedeu a Fernando Pinto, quer uma “TAP mais feliz”, “mais frota”, o “melhor produto e serviço da Europa” e “mais clientes que voam para mais destinos”. A empresa tem de ser também “mais sólida”, ou seja, melhorar a rentabilidade, e ser “mais Portugal”, no sentido, afirma-se, de gerar mais emprego, com mais contributos para o turismo e “projecção do país no mundo”.

De resto, há um objectivo bem definido, e agora partilhado publicamente: a empresa, diz o seu líder, “tem de crescer entre cinco a sete por cento ao ano, nos próximos cinco anos”, isto concorrendo com empresas como as low cost e grupos de dimensão muito superior.

Outro objectivo quantificado: Antonoaldo diz que vai dedicar 20% do seu tempo de trabalho a ouvir os trabalhadores do grupo. Isto porque, refere a TAP, “o novo CEO acredita que trabalhadores engajados e felizes estão mais aptos para atender o cliente”.

No primeiro encontro, diz a empresa, o gestor disse aos funcionários para o contactarem “sempre que pertinente”, seja por “telemóvel ou enviando uma mensagem por Whatsapp”. Outra forma, mais indirecta, de acompanhar o presidente da TAP: segui-lo, como diz a empresa, no Instagram (@antonoaldo).

A TAP, essa, já o segue, tal com outras 1567 pessoas e entidades, com Antonoaldo a seguir apenas 36 utilizadores. Na sua conta, o presidente da TAP tem 208 publicações, a última das quais datada desta terça-feira, quando visitou a operação de manutenção, num “papo aberto”.

Outras oito imagens referem-se à TAP (a primeira foi colocada apenas há uma semana, quando se tornou oficialmente presidente executivo), mas rapidamente se chega às imagens da Azul, de onde veio em Julho do ano passado (literalmente, já que foi, segundo as imagens, um avião desta companhia que o trouxe) para se sentar na comissão executiva da transportadora brasileira.

Pelo meio há também espaço para fotos da HNA, o accionista chinês, agora em dificuldades de liquidez, que é accionista da TAP e da Azul, tal como David Neeleman (os dois têm Humberto Pedrosa como parceiro na empresa portuguesa, detendo no conjunto 45% do capital).

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