Sobe e Desce

Como se explicam as subidas e as descidas nos rankings de 2017? Porque se destacam algumas disciplinas? Porque têm algumas escolas poucos chumbos ?e outras mais? O PÚBLICO falou com várias. Palavra aos professores.

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Paulo Pimenta

Os alunos, já se sabe, são a matéria-prima das escolas. Que não é igual todos os anos. Esta é uma das razões mais apontadas pelas escolas para justificar que de um ano para outro galguem centenas de lugares nos rankings dos exames calculados com base nas médias ou se afundem nos resultados.

EBS de Escariz
Um “centro de explicações” 

A Escola Básica e Secundária de Escariz, no concelho de Arouca, é a que mais sobe no ranking dos exames do ensino secundário. Nas quatro disciplinas em que prestou provas, passa de uma média de 9,52 para 11,39 valores, o que lhe permitiu subir 379 lugares, para a 89.ª posição na lista. E pela primeira vez — sabendo que o secundário nesta escola só existe desde 2013/2014 — os alunos superaram aquilo que deles seria esperado dado o seu contexto socioeconómico.

A subida é simbólica, diz a sua vice-presidente, Eugénia Costa, por se tratar de uma escola do contexto mais desfavorecido entre os três que o PÚBLICO estabelece, que se sente afastada de tudo e todos. “Costumamos brincar e dizer que estamos no fundo da vila.” Ao passo que “em Arouca é tudo mais diferenciado, aqui, com poucos alunos e famílias com poucos recursos, tem que ser a própria escola a ajudar para que não haja ainda mais desfasamento face à vila”, descreve. Por isso, existe desde o ano lectivo passado um “centro de explicações” interno — “naturalmente grátis e voluntário” — para as disciplinas a que se faz exame. Foi no de Português que a escola mais se destacou: com uma média de 12,5 valores (11,05 é a média nacional) subiu 491 lugares e ficou entre as 60 melhores nesta disciplina.

Na prova de Matemática subiu mais de dois valores num ano, para uma média de 12,86 (10,86 é a média nacional). Aqui a “continuidade” do grupo de professores também foi determinante, repara Eugénia Costa. Um triunfo que a escola pode ter perdido depois de neste ano lectivo, na sequência de mais um concurso de colocação de professores, “uma parte significativa” dos docentes do secundário ter mudado. Margarida David Cardoso


ES Padre António Macedo

Dupla de professores a Matemática

Desde o 10.º ano que os alunos da Secundária Padre António Macedo, Santiago do Cacém, têm dois professores nas aulas de Matemática. Foi o que aconteceu nas duas turmas de ciências e tecnologias que em 2017 prestaram provas na disciplina e ajudaram a catapultar a escola para a 149.ª posição no ranking global dos exames, com uma média de 10,99 valores. E é “essencial” para explicar como é que a escola deu este pulo de 348 lugares, o segundo maior do ano, sublinha a directora do Agrupamento de Escolas de Santo André, Manuela Teixeira.

“Com um programa, que é de loucos, tivemos também que reforçar alguns anos com um tempo de aulas extra”, diz a directora, há cinco anos à frente da escola cuja “maioria dos professores tem mais de 50 anos”. Os alunos tiveram mais percursos limpos do que era esperado face ao seu perfil — ainda que em 2016 40% tenham reprovado no 12.º ano — e melhoraram nos exames a todas as disciplinas, à excepção de História A e Física e Química. Diz a directora que esta última “sempre foi o calcanhar de Aquiles” desta escola, situada num contexto socioeconómico favorecido do distrito de Setúbal. Razão pela qual, nos últimos anos, cada vez mais alunos têm trocado esse exame pelo de Filosofia. A média nas provas desta disciplina subiu de 13 valores (62.º lugar) em 2016 para 15,36 no ano passado, a terceira melhor do país (a média nacional é 10,45). M.D.C.

EBS Eng. Dionísio Augusto Cunha

Interioridade e despovoamento

A Escola Básica e Secundária Eng. Dionísio Augusto Cunha, em Canas de Senhorim, no concelho de Viseu, é a única pública entre as 18 instituições em que nenhum aluno reprovou no 12.º ano, em 2016. Um resultado que agrada particularmente à direcção desta escola, situada num contexto socioeconómico favorecido e que se debate com a perda de alunos. “Estamos num distrito que não contacta nem com Espanha nem com o mar e sentimos muito a interioridade no despovoamento destes territórios”, diz António Araújo, director há oito anos.

“Procuramos dar todo o apoio aos nossos alunos e incutimos-lhes ritmo de trabalho”, sublinha António Araújo. Beneficiando de ter apenas uma turma por ano, os professores, “pessoas do quadro com muita experiência”, têm “facilidade em chegar aos alunos e motivá-los”. E, “de forma geral, os alunos são muito focados”, aponta.

O director elogia ainda “boa relação” que a escola tem com a comunidade, as empresas e autarquia de Nelas. A maioria dificuldade é a gestão das turmas mistas — neste caso com os cursos de ciências e tecnologias e ciências socioeconómicas. A falta de opções também dificulta o trabalho de manter os alunos. Em 71.º lugar no ranking dos exames, a escola está 15 posições abaixo do ano passado, com uma média de 11,61 nos cinco exames em que participou. E sai-se mal no ranking de sucesso — tem o 55.º pior resultado em 542 escolas — quando comparada com escolas semelhantes. M.D.C.

EBS Fontes Pereira de Melo

“Um novo rumo”

A Escola Básica e Secundária Fontes Pereira de Melo, no Porto, subiu 223 lugares no ranking dos exames e, num ano, mais do que duplicou a média a Matemática — passou de 5,91 valores para 13,35 (média nacional é 10,86), entrando para o top 50 nessa disciplina. No entanto, esta escola de Ramalde herda de 2016 a maior taxa de retenção entre os alunos do 12.º ano: cerca de 76% não passaram de ano. Para a directora, Ana Alonso, foi a falta de “continuidade dentro da escola” que justificou o agravamento das reprovações. Nesta escola, inserida num contexto socioeconómico intermédio, já é habitual que mais de metade dos alunos finalistas reprove  — 60% em 2015 e 54% em 2013.

“Até ao ano passado não tínhamos alunos de secundário que tivessem feito o básico connosco, por isso o percurso deles fugia ao nosso alcance. Mas a última turma [a terminar o 12.º ano] veio connosco desde o 5.º e aí já temos um resultado bem superior”, suporta Ana Alonso, justificando que estes alunos tiveram praticamente os mesmos professores desde que entraram na Fontes Pereira de Melo. Em virtude disto, “quando chegam ao secundário, as lacunas que teriam já foram trabalhadas por alguém que realmente os conhece”, sublinha, esperando que no próximo ano os dados mostrem como “a escola tem um novo rumo”.

De facto, a percentagem de alunos que consegue fazer o secundário sem chumbos e com positiva nos exames tem vindo a aumentar (os chamados percursos directos de sucesso): se em 2015 apenas 11% terminaram o 12.º ano nesta condição, foram 39%. Mas, no conjunto dos três anos, a escola continua a sair-se mal neste indicador. M.D.C.

ES Baixa da Banheira

“Chegamos a fazer milagres”

A escola da Moita, em Setúbal, volta a ter a média mais baixa nos exames do secundário, depois de no ano passado não ter entrado no ranking do PÚBLICO. Nesta escola apenas 2% dos alunos faz um percurso limpo de chumbos nos três anos de secundário. E quase 70% reprova no 12º. Mas, internamente, as coisas são postas em perspectiva: “Tínhamos um aluno que não falava, gritava. Agora é um dos melhores da turma. Não falta a uma aula. Chegamos a fazer milagres com alunos que noutras escolas partiam tudo. Este é o nosso ranking”, explica o director José Lourenço, para quem o combate ao abandono escolar é o objectivo primeiro.

Antes das notas dos exames há que lidar com “um dos contextos socioeconómicos mais vulneráveis do país”, com alunos que estiveram “fora do sistema escolar durante meses”. Numa escola onde mais de 60% são acompanhados pela psicóloga e assistente social, questões como a legalização no país são quotidianas. Não são raros os que chegam com equivalências, mas não falam português. A que se soma o “grande estigma social” que deteriora a auto-estima de alunos e professores.

A escola procura diferentes modelos de avaliação – agora é uma das escolas que integra o projecto-piloto de flexibilidade curricular – e “alternativas viáveis” nos cursos profissionais. Para quem segue no ensino regular, “os problemas desembocam nos exames”, diz José Lourenço. “Nada neste sistema é feito para estes miúdos. Há que perceber que aqui, o contexto social europeu em que parte do país vive é uma coisa muito longínqua”. M.D.C.

ES Fonseca Benevides

Aprender à distância

A Escola Secundária Fonseca Benevides, em Lisboa, tem a maior taxa de chumbos no básico (66%) e também está no topo da lista das retenções no secundário (50%), segundo dados relativos ao ano lectivo 2015/2016. A maioria dos alunos que frequenta o ensino regular está integrada no sistema de aprendizagem à distância. 

“Estes são miúdos que de manhã estão nas aulas e à tarde estão na roulotte das farturas ou no trampolim do circo”, exemplifica o director, João Santos, para falar sobre o tipo de estudantes que frequentam o ensino à distância nesta escola — especialmente desenhado para os filhos de pais itinerantes e circenses (que entretanto já recebe um perfil mais amplo de alunos). É por isso que “não podemos esperar o mesmo tipo de aproveitamento do ensino presencial”.

O responsável pela escola declara: “Estes números são a pior coisa que podemos ter. Estamos a trabalhar para melhorá-los.” Por exemplo, ao oferecer melhores condições tecnológicas para que as aulas à distância possam parecer-se o mais possível com as sessões presenciais. Mas “a dificuldade maior [ainda] é a falta de recursos”. As parcerias com algumas empresas têm, ainda assim, permitido melhorar as sessões do ensino à distância. “Há dois anos, as aulas funcionavam em texto escrito. Entretanto passámos a ter quadros interactivos e vídeo-conferência.” Rita Marques Costa

EB de Fragoso

Um “trabalho estrondoso”

Esta escola de Barcelos fez uma subida de 654 lugares no ranking do PÚBLICO para o 3.º ciclo. Em 2016 a média dos dois exames foi de 2,58 (numa escala de 1 a 5), no ano seguinte subiu para 3,52 (quase mais um ponto), sendo que a média interna foi de 3,50, ou seja, os alunos superaram-se nos exames. Esta é uma escola de “meio totalmente rural, com alunos com dificuldades económicas e os resultados devem-se às condições proporcionadas”, defende o director Manuel Amorim. Há mais horas de Matemática, Português e Inglês.

A delegada de Matemática, Isabel Rodrigues, informa que “por norma”, a escola tem bons resultados à sua disciplina. Este ano a média foi 3,7 (média nacional é de 2,88). “Mesmo quando o grupo é fraco ficamos acima da média nacional”, afirma a docente, classificando a sua equipa como fazendo um “trabalho estrondoso”. “Trabalhamos muito os erros dos alunos, as aulas são muito preparadas. Tudo o que vai de trabalho para casa tem de ser corrigido, se não conseguirmos em sala de aula, então digitalizamos a resolução e enviamos por email”, descreve.

“O difícil é ensinar o que não é simples de forma simples e nós temos conseguido”, congratula-se. Bárbara Wong

EBS Miguel Torga

“Formar bons cidadãos”

A escola de Bragança galgou 637 lugares no ranking do básico, é a segunda maior ascensão, a média de 2,43 em 2016 subiu para 3,12 nos exames nacionais de 2017. A directora Fátima Fernandes conta que o trabalho começa “muito antes do 9.º ano”, onde existem apenas duas turmas, e descreve alguns dos projectos que contribuem para o sucesso escolar: as duplas pedagógicas, a TurmaMais (feita para acolher os alunos quando têm mais dificuldades), a oferta complementar do 2.º ciclo de uma disciplina criada pela escola que se chama “Entre Ciências e Letras”, a oferta de uma segunda língua estrangeira nesse ciclo. Uma vez por semana, os alunos fazem exercícios de exame, continua. E os projectos continuam no secundário, por exemplo, com o programa Erasmus. “Esta é uma escola virada para os alunos e para as suas necessidades. Damos-lhes competências para o sucesso académico, mas também queremos formar bons cidadãos”, resume. B.W.

EB Silvares

“Um ano atípico”

Nos últimos três anos, a escola tem visto a média dos exames descer e, por consequência, vai caindo no ranking do básico: 2,91 (2015), 2,82 (2016), 2,45 (2017). Pelo que caiu 529 lugares. Jorge Machado, director do agrupamento Professor Carlos Teixeira, em Fafe, comenta: “[É] uma escola pequenina, onde um pequeno estrago pode fazer um grande estrago.” Quando a escola entrou no agrupamento subiu “significativamente” e até teve um melhor resultado que a escola sede, mas “o ano passado, foi um ano atípico, mudou o professor de Matemática”, justifica. Porque, de resto, “o projecto é o mesmo, houve medidas de reforço a Matemática [desde o 7.º ano], mais horas de apoio, apoio individualizado, mas ainda não se está a sentir o efeito desejado”, lamenta. B.W.

EBS Moimenta da Beira

“Uma boa colheita”

De 2,47 (2016) a escola subiu para 3,09, ascendendo 573 lugares para a posição 153 na lista do básico. “Não trabalhamos para os rankings mas para os alunos, e essa era a razão por que nunca estávamos bem posicionados. Tivemos uma boa colheita”, caracteriza Alcides Sarmento, director do agrupamento em Viseu. A colheita só foi possível porque se introduziu um tempo por semana onde “só se resolvem exames, porque estes têm uma linguagem própria”. A escola faz parte do grupo de 200 estabelecimentos de ensino que aderiram à flexibilidade curricular, o que permite ter dinâmicas locais. “Esforçamo-nos muito para que os nossos alunos tenham igualdade de oportunidades”, continua o director, acrescentando que a escola procura ser inclusiva e que tem alunos de etnia cigana que chegam ao secundário — “já tivemos uma aluna que tirou a carta de condução”, orgulha-se. B.W.

Externato António Sérgio

“Não há aulas perdidas”

Situado na vila de Beringel, entre Ferreira do Alentejo e Beja, o externato é dos poucos contratos de associação ainda existentes na região, ou seja, é uma escola privada a que o Estado paga para receber os alunos. Em 2016 a média dos exames nacionais era de 2,45, no ano passado foi de 3,21 no ensino básico, o que fez a escola subir 686 posições no ranking. Algumas explicações: aulas de apoio, apoio individualizado, rotatividade dos professores — “não há aulas perdidas”, afirma Rui Ferro, director pedagógico e filho do fundador da escola que recebe 300 alunos dos 2.º e 3.º ciclos. E depois existe “exigência”. “Temos de ser exigentes”, diz. Mas o que aconteceu com o grupo do ano em que a média foi negativa? “Não os conseguimos agarrar, não conseguimos que percebessem que tinham de se dedicar e eu sou o primeiro responsável [pelo insucesso]”, responde, acrescentando que não há qualquer selecção de alunos. “Estamos numa zona rural, recebo todos, os de etnia cigana têm conseguido evoluir, às vezes há um ou outro que acaba por sair, mas muitos chegam ao 9.º ano.” B.W.

EB São Vicente

Pouco motivados

Em 2016, a escola de Telheiras (Lisboa) tinha a melhor turma do agrupamento, a que conseguiu uma média de 2,85. No ano seguinte, nem por isso, e a média dos exames do básico desceu até aos 2,27, fazendo a escola cair 622 lugares. Os que reprovaram ficaram na escola. Por isso, este ano lectivo há um reforço a Português e a Matemática e agora “é aguardar pelos resultados do 2.º período, esses é que nos vão dar uma ideia de como vai ser o final do ano”, diz José Carlos Duarte, coordenador da escola, caracterizando os alunos como jovens que estão pouco motivados para a escola. “Desligam completamente.” O professor considera os rankings injustos por ordenarem escolas com realidades que não podem ser comparadas. “Estou, neste momento, a receber alunos que vêm de outros países, e também temos os do privado, aqueles que foram aconselhados a sair [dessas escolas]”, conclui. B.W.

EB n.º 2 de São Silvestre

“Pais são muito presentes”

Esta escola faz uma subida no ranking do básico até ao lugar 164. Em 2016 a média foi de 2,55, um ano depois, de 3,28. “3,55 a Matemática”, orgulha-se a directora do agrupamento de escolas Coimbra Centro, um mega-agrupamento com 28 unidades, do jardim de infância ao secundário. O segredo está não só na oferta da escola — sequencialidade do corpo docente desde o 7.º ano, salas de estudo, coadjuvação na sala de aula —, mas também nos pais. “A professora de Matemática refere que os pais são muito presentes no acompanhamento dos alunos, temos todos [escola e encarregados de educação] o mesmo discurso”, declara Conceição Gomes. Esta escola ganhou com o cancelamento dos contratos de associação pois passou a receber alunos dos colégios. São diferentes? “Ainda é difícil fazer um balanço”, responde. Para Conceição Gomes, o que faz a diferença são as aulas coadjuvadas, ou seja, onde estão dois professores porque “o ritmo dos alunos é respeitado”. Infelizmente, este ano lectivo não teve recursos humanos, mas para 2018/2019 já sonha com essa possibilidade não só para o 3.º ciclo, mas também para o secundário. “Funciona muito bem.” B.W.

ES Alcanena
Do paradigma do "aluno médio" ao do "aluno real"

A escola de Alcanena melhorou a média dos exames do básico de um ano para o outro e o segredo que a fez subir para a 79.ª posição (3,55) está no resultado de Português (3,82 valores), a 12.ª melhor prestação nesta disciplina. “Ficámos agradados com o resultado, são motivo de orgulho, mas também de preocupação permanente”, reage Maria Augusta Torcato, professora de Português. Houve um “reforço claro do trabalho colaborativo e cooperativo dos professores. Reflectimos sobre as dificuldades que encontramos e isso exige uma permanente análise, reflexão e reajustamento”, explica.

Além do projecto da TurmaMais, a escola oferece ainda o Ler para Ser (que põe os alunos a ler) e o Recuperar e Aprender (um espaço para os que têm mais dificuldades). “O que está na base [desta mudança] é a passagem do paradigma do 'aluno médio' para o 'aluno real'. Temos de chegar aos alunos”, declara Ana Cláudia Cohen, directora do agrupamento. Na altura da Páscoa, há uma reunião com os encarregados de educação. “Chamamos os pais para se co-responsabilizarem”, sublinha a directora, acrescentando que estes têm acesso ao “dossier digital da turma” onde estão todos os materiais para os alunos trabalharem. No final do 3.º período também há o Gabinete para o Exame, onde se treina. “É um orgulho imenso”, confessa a dirigente. B.W.

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