Câmara vai realojar 23 famílias do bairro da Torre

Os agregados familiares serão alojados em fogos municipais até ao inicio de Fevereiro mas a câmara de Loures alerta que há que encontrar uma solução "para as restantes 44 famílias".

Foto
Rui Gaudencio

A Câmara de Loures vai realojar, até ao início de Fevereiro, 23 das 67 famílias que habitam em condições precárias no bairro da Torre, anunciou nesta terça-feira a autarquia, ressalvando que os restantes casos terão de ser resolvidos pela tutela.

No bairro da Torre, situado na localidade de Camarate, concelho de Loures (distrito de Lisboa), residem 67 famílias, cerca de 250 pessoas, em habitações precárias e sem luz eléctrica há mais de um ano.

A situação social vivida neste bairro de Loures motivou a que fosse aprovada no Parlamento uma recomendação ao Governo para que "adopte com urgência, as medidas adequadas a assegurar a prestação do serviço público de electricidade aos habitantes dos bairros e núcleos de habitações precárias".

O projecto de resolução, aprovado por unanimidade, em Junho do ano passado ressalva que estas medidas deverão ser tomadas "enquanto não são implementadas soluções de realojamento condignas, no quadro de programas que prossigam esse objectivo".

Entretanto, esta manhã, em declarações à agência Lusa, a vereadora com o pelouro da Habitação na Câmara Municipal de Loures, Maria Eugénia Coelho, explicou que a autarquia tem estado a proceder ao realojamento de algumas famílias do bairro e à demolição das respectivas barracas, onde habitavam.

A vereadora referiu que a autarquia vai proceder, até ao início de Fevereiro, ao realojamento de 23 agregados familiares, em fogos municipais, mas alertou que, para as restantes 44 famílias, terá de ser a tutela, através do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), a encontrar uma solução.

"Tem sido feito um grande esforço por parte do município para ir resolvendo, pouco a pouco, a situação dramática em que vivem aquelas famílias. Vamos proceder até Fevereiro ao realojamento de um terço das famílias, mas mais não está ao nosso alcance", apontou.

Maria Eugénia Coelho sublinhou que, "enquanto não chegar uma solução definitiva para as famílias", a autarquia vai procurando, junto de várias entidades, encontrar "soluções provisórias".

"Temos estado em contacto com a EDP e com a Associação de Moradores no sentido de encontrar uma solução para a energia eléctrica e estamos a estudar também a possibilidade de instalarmos uns balneários", referiu.

No entanto, a autarca ressalvou que a solução definitiva deverá ser sempre o realojamento das restantes famílias e a erradicação das habitações precárias, "dando cumprimento à recomendação que foi aprovada pela Assembleia da República".