Trabalhadores não-docentes admitem greve para Fevereiro ou Março

Os trabalhadores pretendem a criação de uma carreira específica e a integração nos quadros de funcionários que correspondem a necessidades permanentes das escolas.

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Artur Sequeira, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais LUSA/André Kosters

Os trabalhadores não-docentes de educação admitiram nesta terça-feira realizar uma greve nacional em Fevereiro ou Março se o Ministério da Educação não iniciar negociações sobre carreira e integração destes funcionários.

Uma delegação da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais desloca-se nesta terça-feira à tarde ao Ministério da Educação para exigir uma resposta às reivindicações apresentadas no ano passado à tutela e que foram também apresentadas a anteriores governos.

“Há uma situação de ruptura em muitas escolas, não há uma situação de paz social. Há uma tensão constante”, afirmou o dirigente da estrutura sindical Artur Sequeira, em conferência de imprensa, em Lisboa.

Os trabalhadores pretendem a criação de uma carreira específica e a integração nos quadros de funcionários que correspondem a necessidades permanentes das escolas, criticando também o processo de “municipalização”, com as autarquias a assumirem responsabilidades na gestão de pessoal que consideram ser da alçada do Ministério da Educação.

De acordo com a federação, há cerca de 6000 processos de trabalhadores não-docentes à espera de resposta na Comissão de Avaliação Bipartida (CAB) da Educação, no âmbito do Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública (PREVPAP).

“Está tudo parado”, disse Artur Sequeira, frisando que o sistema está “muito assente na precariedade” e que a média etária de funcionários nas escolas é muito elevada: “O risco de doença é elevado; se faltarem dois funcionários é um problema. Podem mesmo ter de fechar serviços.”

No seu entender, há “uma falta crónica de funcionários nas escolas” que a nova portaria de rácios não veio resolver. Estes trabalhadores reivindicam também uma carreira específica que valorize o seu trabalho. “Quem entra numa carreira desta responsabilidade – acompanhar crianças – tem de saber que tem futuro. Não pode estar sujeito a ser contratado por um mês ou duas semanas, como hoje acontece”, defendeu, acrescentando que o Governo “tem todas as condições políticas” para resolver o problema.

Agora, os sindicatos federados nesta estrutura (CGTP-IN) esperam ter do ministério uma resposta de compromisso para negociar estas matérias. Caso contrário, os trabalhadores prometem “voltar à luta”, o que pode passar por uma greve nacional.