Trump acusa Rússia de ajudar Coreia do Norte a evitar sanções internacionais
Em entrevista à Reuters, o Presidente norte-americano afirmou ainda que a Coreia do Norte aproxima-se "a cada dia que passa" de um míssil intercontinental capaz de atingir os EUA.
Donald Trump acusou nesta quarta-feira a Rússia de estar a ajudar a Coreia do Norte a evitar as sanções internacionais impostas por causa do nuclear, afirmando ainda que o regime de Pyongyang está cada vez mais próximo de conseguir um míssil de longa distância capaz de atingir o território norte-americano.
“A Rússia não nos está a ajudar de todo com a Coreia do Norte”, disse o Presidente dos Estados Unidos numa entrevista à Reuters realizada na Casa Branca, acrescentando que Moscovo está a “compensar” aquilo que a China tem contribuído em relação às sanções impostas a Pyongyang.
Trump elogiou Pequim pela forma como tem aplicado o pacote de sanções aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU no ano passado, nomeadamente em relação às restrições às importações de petróleo e carvão (a Coreia do Norte depende fortemente da importação de combustível para não só o crescimento da sua economia como também para o desenvolvimento do programa nuclear).
Pelo contrário, o Presidente norte-americano acusa Moscovo de preencher os vazios de importações deixados pela China, isto apesar de o Governo de Vladimir Putin ter aprovado as sanções da ONU.
A Reuters noticiou no final de Dezembro, citando fontes de segurança ocidentais, que petroleiros russos tinham levado combustível até território norte-coreano em pelo menos três ocasiões, violando assim as sanções internacionais. O Kremlin negou na altura esta situação.
Ainda não há reacção de Moscovo a estas declarações de Trump na entrevista concedida à Reuters.
Ainda sobre a Coreia do Norte, o Presidente norte-americano diz estar disponível para se sentar à mesa com Kim Jong-un, apesar de achar que qualquer negociação com o líder norte-coreano será inútil: “Eu sentar-me-ia, mas não tenho a certeza de que sentar-me iria resolver o problema”, disse.
Culpou os seus três antecessores (Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton) por terem falhado em conter o desenvolvimento nuclear norte-coreano: “Penso que todos eles perceberam que teriam de deixar o assunto a um Presidente que tivesse nota máxima nos testes”, disse, numa aparente referência ao teste cognitivo que realizou esta semana e onde alcançou os valores mais altos.
Trump avisou também para o facto de Pyongyang estar cada vez mais próxima de conseguir fabricar um míssil de longo alcance capaz de chegar aos EUA: “Eles ainda não estão lá, mas estão perto. E ficam mais perto a cada dia que passa”, referiu, mostrando-se ainda satisfeito pelas conversações entre Seul e Pyongyang no âmbito dos Jogos Olímpicos de Inverno.