João Vasconcelos preside à organização do Congresso do PS
Comissão Nacional do PS aprova organização do conclave.
O antigo secretário de Estado João Vasconcelos é o nome proposto pela direcção do PS para presidir à organização do XXII Congresso, que será este sábado aprovado pela comissão nacional do partido.
Os dirigentes do PS irão aprovar também a data proposta pela direcção - que aponta para o fim-de-semana de 26 e 27 de Maio de 2018 - e o local de realização da reunião magna que só esta sexta-feira à noite ficaria definido.
A Comissão Organizadora do Congresso (COC) será pela primeira vez presidida por João Vasconcelos que se demitiu em Julho de 2017 do cargo de secretário de Estado da Indústria, na sequência da abertura pelo Ministério Público do processo de investigação do caso das viagens a convite da Galp para assistir a jogos do Campeonato Europeu de Futebol em 2016.
A COC integrará entre os seus membros uma representante da minoria partidária liderada por Daniel Adrião. A indicada pelo líder da minoria é Catarina Resende e esta participação foi estabelecida por acordo entre Daniel Adrião e a secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendonça Mendes.
A escolha de João Vasconcelos, de acordo com as informações recolhidas pelo PÚBLICO, tem a ver não só com a aposta numa nova geração, mas também com o seu perfil profissional. Ou seja, é alguém que se tem destacado pela ligação às novas tecnologias e à nova economia, nomeadamente no sector das startups.
A escolha prende-se com o tipo de congresso - o último antes das europeias e das legislativas de 2019 - que a direcção socialista pretende realizar: um congresso que funcione como uma plataforma de debate e de diálogo com a sociedade, devendo incluir nos convidados não só personalidades sociais sem partido, como figuras de outros partidos políticos, à semelhança do que já aconteceu nos últimos conclaves.
Os temas que a direcção socialista quer ver debatidos na reunião de Maio são, de acordo com as informações do PÚBLICO, aqueles que considera prementes discutir na sociedade portuguesa de forma a preparar o futuro: alterações climáticas, economia digital, trabalho no futuro, sustentabilidade, mobilidade e cidades do futuro. Isto na perspectiva da defesa dos valores que fazem parte do ideário do PS, como a igualdade de oportunidades, o esbatimento das assimetrias entre o litoral e o interior e a persecução da justiça social. E também a inserção de Portugal numa agenda europeia que seja de “convergência para a década”, como já defendeu o líder do PS e primeiro-ministro, António Costa.