Em menos de um ano, houve 400 atropelamentos com fuga

O número de atropelamentos está a crescer e os casos de fuga do condutor são cada vez mais frequentes. Governo convoca reunião. Autarquias devem ser chamadas a adoptar medidas.

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Atravessar fora das passadeiras é uma infracção que deverá ser punida com "mão pesada" Fabio Augusto

Entre Janeiro e Novembro de 2017, 400 condutores atropelaram peões e fugiram. Destes atropelamentos resultaram cinco vítimas mortais. Os números citados nesta quinta-feira pelo Jornal de Notícias são do gabinete do ministro da Administração Interna, que convocou uma reunião da Comissão Interministerial de Segurança Rodoviária para analisar o agravamento da sinistralidade no último ano. O encontro servirá para ponderar novas medidas onde a segurança rodoviária mais tem piorado.

Os acidentes de moto, a condução sob o efeito do álcool e os atropelamentos são as três áreas de segurança rodoviária que mais preocupações levantaram, cita o mesmo jornal.

De acordo com os números disponibilizados no site da ANSR, que contabilizam a última semana de 2017 e têm dados acumulados de todo o ano, morreram nas estradas portuguesas 509 pessoas, mais 64 do que em 2016 (12,5%). Foram registados 130.157 acidentes nas estradas (127.210 em 2016) e 2181 feridos graves (2102). Destas, 76 pessoas morreram atropeladas.

Analisando o historial, desde 2009 que não havia tantos acidentes e casos em que o condutor abandona o local. É preciso recuar a esse ano para para que os números voltem a ser superiores aos dos últimos dois anos. 

Em Dezembro, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, considerou que Portugal tem números "absolutamente inaceitáveis de atropelamentos nas áreas urbanas", sendo necessário "identificar as causas e circunstâncias e agir sobre elas".

Entre as medidas do Plano Estratégico Nacional de Segurança Rodoviário 2020 está a obrigatoriedade de as autarquias estabelecerem metas para a redução do números de peões mortos. O plano prevê também punições para quem atravessa fora das passadeiras, por exemplo. O mesmo para os condutores que estacionam em cima de passeios e passadeiras. “Garantir a acessibilidade pedonal” também será um requisito mais exigente nos licenciamentos. 

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