Ministro diz que foram contratados mil profissionais de saúde desde Outubro
A maioria destas contratações teve em conta os planos de contingência para a época do Inverno e do frio, que coloca mais pressão às unidades de saúde, destacou Adalberto Campos Fernandes.
Cerca de mil profissionais de saúde foram recrutados entre Outubro e esta quarta-feira tendo em conta os planos de contingência do Inverno e da gripe, anunciou o ministro da Saúde na Assembleia da República.
Adalberto Campos Fernandes esteve esta quarta-feira no debate parlamentar sobre parecerias público-privadas na Saúde, mas a situação global do Serviço Nacional de Saúde e nas urgências hospitalares acabou por dominar o debate.
O ministro desafiou os deputados a fazerem visitas de surpresa às urgências dos hospitais, recusando uma ideia de caos nas unidades de saúde.
"Convido o senhor deputado [referindo-se a Ricardo Batista Leite] a ir comigo visitar as urgências dos hospitais sem pré-aviso, de surpresa. Estou disponível para ir consigo. E convido todos os deputados a fazerem essas vistas", afirmou o ministro da Saúde, depois de várias críticas sobre o estado actual do Serviço Nacional de Saúde e sobre uma sobrecarga das urgências.
O ministro considera que o PSD e o CDS têm tentado "cavalgar uma onda mediática que procura dar a ideia ao país de que há um caos" nos serviços de saúde, cenário que o Governo tem recusado.
No final do debate, em declarações aos jornalistas, Campos Fernandes disse que entre Outubro e esta quarta-feira foram recrutados mil profissionais para o SNS, a maioria tendo em conta os planos de contingência para a época do Inverno e do frio, que traz mais pressão às unidades de saúde.
Desses profissionais recrutados a contrato a termo, indicou que cerca de 200 são médicos e 500 enfermeiros.
Sobre a situação nas urgências, o ministro voltou a insistir que não é preciso apelar à denúncia de casos com fotografias ou imagens das unidades de saúde, frisando que o país já não está "em tempo de ditadura".
"As portas [das unidades] estão abertas", disse, garantindo que o Governo "não perseguirá ninguém" e que até considera útil que se apontem as dificuldades no sistema e nas diferentes unidades de saúde.
Campos Fernandes traçou uma imagem do SNS completamente diferente da dos partidos da oposição, afirmando que há actualmente e com este executivo mais seis mil profissionais, além de que o número de médicos a emigrar "é o mais baixo dos últimos anos".
CDS e PSD, sobretudo, fizeram hoje várias críticas ao funcionamento do SNS, considerando mesmo que a situação é de descalabro.
A Ordem dos Médicos e a Ordem dos Enfermeiros têm denunciado nas últimas semanas o que consideram ser situações de sobrecarga no atendimento das urgências, com tempos de espera que excedem o aceitável.