Número de farmácias em insolvência mais do que triplicou em cinco anos

O distrito de Portalegre é o que regista a maior percentagem de insolvências.

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Quase 22% das farmácias estão em situação de insolvência patricia martins

O número de farmácias em insolvência mais do que triplicou em cinco anos, passando de 241 em 2012 (8,3% do total) para 630 em 2017 (21,4%), segundo dados divulgados nesta quarta-feira pela Associação Nacional de Farmácias (ANF), citando dados do barómetro MOPE, do Centro de Estudos de Avaliação em Saúde (CEFAR).

Todos os anos, foram registados aumentos destas situações, mas "a crise agudizou-se em 2017, estando agora 630 farmácias num universo de 2943 em situação económica difícil", refere o barómetro.

Os dados, enviados à agência Lusa, mostram também um aumento de 130% das situações de penhora das farmácias, subindo de 61 (2,1% do total) em Dezembro de 2012, para 216 (7,3%) em Dezembro de 2017.

A associação acrescenta, em comunicado, que "mais de um quinto das farmácias portuguesas entrou em 2018 em situação de crise económica, enfrentado processos de insolvência e penhora e sem garantias de sobrevivência".

"A economia portuguesa tem dado passos em frente, mas as farmácias continuam a viver num clima de crise e austeridade”, afirma o presidente da ANF, Paulo Cleto Duarte, no comunicado.

De acordo com os dados, todo o país tem farmácias com acções de insolvência e penhora, sendo o distrito de Portalegre o que regista o maior número destas situações (32,6%).

No segundo lugar desta lista surge a Guarda (28,8%), seguida de Santarém (28,6%), Setúbal (28,4%), Lisboa (27,1%), Faro (27%), Beja (26,8%), Viseu (23,9%), Coimbra (21,6%) e Vila Real (18,6%).

No distrito de Leiria, 17,5% das farmácias estão com cações de insolvência e penhora, em Bragança 17,1%, na Madeira 16,9%, no Porto e em Viana do Castelo 16,7%, em Aveiro 14,9%, em Braga 12,8%, nos Açores 11,1% e em Castelo Branco 10,9%.

O presidente da ANF sublinha que, "apesar das dificuldades, os farmacêuticos e as suas equipas vão continuar a lutar para continuar a oferecer às populações mais isoladas acesso aos cuidados de saúde".