Alunos da Escola Superior de Dança em greve contra degradação das instalações
Muitos profissionais de dança em Portugal passaram por esta escola criada há 30 anos.
Os alunos da Escola Superior de Dança (ESD), em Lisboa, estão nesta segunda-feira em protesto contra a degradação das instalações que dizem pôr em risco a segurança e higiene de estudantes, professores e funcionários.
"Há dias em que os professores têm de tirar a água das salas com baldes. Temos fungos e humidade. Temos ratos e baratas. Os últimos espectáculos dos alunos foram cancelados por motivos de segurança", contou à Lusa, na semana passada, Beatriz Dias, da Associação de Estudantes da ESD, descrevendo vários problemas da escola pertencente ao Instituto Politécnico de Lisboa (IPL).
Beatriz Dias está a terminar o curso de dança e diz que os problemas existem desde o primeiro dia em que entrou na escola situada no Bairro Alto, há três anos.
Segundo a finalista, há fitas amarelas e vermelhas que delimitam a zona da sala de convívio, onde caiu um pedaço de tecto, há cortinas onde deviam estar portas a esconder as sanitas das casas de banho há aulas em estúdios construídos na garagem do edifício.
"As condições foram sempre as mesmas, porque este é um espaço que não foi criado de raiz e, por isso, está tudo a rebentar. Vão fazendo remendos, mas não é suficiente. Os alunos já não estão a conseguir trabalhar", lamentou.
Nos estúdios não há regulação da temperatura ambiente, as janelas não fecham e o sistema de aquecimento está avariado, segundo a aluna.
A Lusa contactou, na semana passada, direcção da escola para confirmar as situações relatadas pela direcção da associação de estudantes, mas ninguém esteve disponível.
Criada há 30 anos, a ESD desenvolve a sua acção nos domínios da formação superior em dança e tem sido um polo criativo por onde passaram muitos profissionais de dança em Portugal.