IEFP diz que já analisou queixa apresentada por grupo de associados da Raríssimas

Foi solicitado aos seus serviços regionais que efectuassem uma visita de acompanhamento à instituição, a fim de verificarem a regularidade e conformidade dos processos de apoio em curso. Porém, diz instituto, apesar de terem sido efectuadas diversas tentativas, por telefone, não foi possível entrar em contacto com a entidade até esta data.

Foto
DR

O Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) confirmou ter recebido na quinta-feira uma denúncia proveniente de "grupo de associados" da Raríssimas, sobre alegadas irregularidades em estágios profissionais, e avança que a participação já foi analisada.

Em comunicado, neste sábado, o IEFP ressalva contudo que, das alegadas irregularidades apontadas na denúncia, recebida por correio electrónico, só é do âmbito de actuação do IEFP "uma questão sobre uso abusivo de estágios profissionais".

De acordo com o IEFP, a denúncia foi encaminhada, de imediato, para os serviços competentes que analisaram a situação, tendo sido possível apurar, até ao momento, que dos 20 estagiários que foram colocados na Raríssimas desde 2011,18 concluíram o estágio.

"Deste universo, pelo menos cinco dos estagiários estavam empregados, seis meses após a conclusão do estágio, quatro dos quais estavam empregados na instituição, com contrato individual de trabalho. Apurou-se ainda que, 12 meses após a conclusão do estágio, pelo menos quatro dos estagiários estavam empregados, dos quais três estavam empregados na instituição", avança o IEFP.

Segundo o IEFP, verificou-se adicionalmente que, das 93 pessoas que foram colocadas desde 2011 na instituição, com recurso a apoios à contratação, 59 permaneciam empregadas na mesma entidade seis meses após o término do apoio e pelo menos duas estavam empregadas noutras entidades.

E prossegue: "Dos 17 desempregados com quem a Raríssimas celebrou contratos emprego-inserção, 14 concluíram a participação no projecto e, destes, seis permaneciam empregados na mesma, seis meses após o fim da medida, sendo que cinco permaneciam empregados na mesma entidade, 12 meses após o fim do apoio."

Da análise efectuada, verificou-se que pelo menos duas destas pessoas estavam empregadas noutras entidades, depois do fim do contrato emprego-inserção com a instituição, seis meses depois do fim do apoio, e permaneciam empregadas 12 meses depois do fim do apoio.

O IEFP revela que foi ainda solicitado aos seus serviços regionais que efectuassem uma visita de acompanhamento à instituição, a fim de verificarem a regularidade e conformidade dos processos de apoio em curso.

Reconhece, porém, que, apesar de terem sido efectuadas diversas tentativas, por telefone, não foi possível entrar em contacto com a entidade até esta data.

"Assim sendo, e como determinam os procedimentos internos do IEFP, na impossibilidade de chegar ao contacto com a instituição, esta visita realizar-se-á sem agendamento prévio", adverte o IEFP.

Esta semana, a TVI revelou que havia mais duas denúncias sobre irregularidades na Raríssimas, e que as queixas tinham sido enviadas em Novembro, uma para a Autoridade para as Condições do Trabalho, e uma outra para o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), duas entidades cuja tutela pertence ao ministro da Segurança Social, Vieira da Silva.

Nas queixas, segundo adiantou a TVI, pedia-se que se iniciasse o mais brevemente possível uma investigação à então presidente da Raríssimas Paula Brito da Costa, ao marido e ao filho. A queixa falava ainda em abuso de autoridade e num clima de intimidação, criado por Paula Brito e Costa.