Vieira da Silva ouvido segunda-feira, Costa mantém "total confiança política"

Primeiro-ministro sublinha que mantém “total confiança política” no ministro do Trabalho, Segurança Social e Solidariedade.

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LUSA/TIAGO PETINGA

O ministro do Trabalho, Segurança Social e Solidariedade, Vieira da Silva, vai ser ouvido no parlamento sobre o "caso Raríssimas" na segunda-feira, às 15h30, disse à Lusa fonte oficial socialista. Também nesta quinta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, reforçou que mantém “total confiança política” no seu colega de partido e de governo, considerando que o facto de ter sido vice-presidente da assembleia-geral daquela IPSS não põe em causa “de alguma forma” a sua excelente actividade governativa.

Em declarações aos jornalistas à entrada para um Conselho Europeu, em Bruxelas, o chefe de Governo português salientou também que não se pode confundir factos, de natureza criminal ou não, que tenham sido praticados por uma direcção “que, aliás, já cessou funções”, com a “excelência do trabalho que a instituição tem desenvolvido ao longo de anos”, e garantiu que o Estado “tudo fará” dentro das suas possibilidades para assegurar a continuidade da actividade da Raríssimas.

A comissão de Trabalho e Segurança Social aprovou na quarta-feira por unanimidade um requerimento do PS para que o ministro Vieira da Silva preste esclarecimentos sobre o caso relativo a suspeitas de gestão danosa na associação Raríssimas, mas não tinha ficado data marcada para a audição.

Esta quinta-feira, o PSD exigiu ouvir as explicações de Vieira da Silva no parlamento sobre o caso Raríssimas até sexta-feira.

"O Governo não deve ir de fim-de-semana deixando este manto de suspeição avolumar-se", defendeu o líder parlamentar do PSD Hugo Soares.

Uma reportagem emitida pela TVI no sábado denunciou o alegado uso, pela presidente, Paula Brito e Costa, de dinheiro da associação de ajuda a pessoas com doenças raras, a Raríssimas, para fins pessoais.

Na reportagem era também adiantado que o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, foi contratado entre 2013 e 2014 pela associação Raríssimas, com um vencimento de três mil euros por mês, tendo recebido um total de 63 mil euros.

Paula Brito e Costa e Manuel Delgado anunciaram na terça-feira que se demitiam dos respectivos cargos.

Esta quinta-feira, os trabalhadores da Raríssimas avisaram que a associação está em risco de fechar por falta de acesso às contas bancárias e apelaram ao primeiro-ministro para que envie uma direcção idónea para permitir o funcionamento. Na quarta-feira, elementos da Inspecção-geral do Ministério do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social estiveram na Associação Raríssimas para dar início à inspecção na instituição.