LinkedIn remove apresentações jihadistas que estavam na plataforma há anos

Os documentos incluíam um pedido de financiamento e incentivos à violência.

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As redes sociais têm prometido agir sobre o discurso de ódio LUSA/MOHAMMED SABER

O Linkedin, a rede social para contactos profissionais que foi comprada pela Microsoft no ano passado, manteve online durante anos apresentações com discurso de ódio e incentivo à violência criadas por extremistas islâmicos, num caso que ilustra a multiplicidade de canais online por onde este tipo de conteúdo pode ser disseminado.

O material estava à disposição dos utilizadores no SlideShare, um serviço do LinkedIn onde tipicamente são publicadas e partilhadas apresentações de âmbito profissional e educativo. As apresentações foram descobertas por um investigador do Tony Blair Institute for Global Change, um centro de reflexão do antigo primeiro-ministro britânico.

De acordo com a BBC, como não tinha uma forma de avisar a empresa daquele material, o investigador optou por dar a informação ao jornal The Times, que publicou uma notícia sobre o assunto. “As plataformas devem assegurar que têm mecanismos de notificação suficientes e eficazes”, argumentou o investigador, Mubaraz Ahmed, à BBC. As apresentações foram retiradas da plataforma.

O LinkedIn tem cerca de 500 mil utilizadores e os 18 documentos conseguiram, em conjunto, 21 mil visualizações. O número é pequeno quando comparado com o das apresentações mais vistas. As que o SlideShare destaca como as mais populares desta quarta-feira têm entre 120 e 165 mil visualizações, e várias outras excedem o meio milhão.

A presença de discurso de ódio em plataformas online tem sido um desafio tanto para as empresas da Internet, como para as autoridades, e exacerbou-se nos anos recentes. Multinacionais como o Twitter, Facebook, Google (que é dono do YouTube) e Microsoft têm prometido mais acção contra este género de conteúdo. Este ano, uma monitorização da Comissão Europeia concluiu que estas plataformas estão mais rápidas a agir quando confrontadas com denúncias.

De acordo com a BBC, entre os documentos partilhados no SlideShare estavam uma palestra que argumentava que a democracia é contrária ao Islão, um apelo a que os muçulmanos cometessem actos de violência, pedidos de financiamento para actividades jhiadistas, e uma mensagem a dizer que as crianças não precisavam de autorização dos pais para se envolverem neste género de actividades.

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