A Uber, empresa de transporte de passageiros em viaturas descaracterizadas que opera em vários países, chegou a acordo com uma mulher que tinha acusado alguns membros da empresa de obter de forma ilegal os seus registos médicos, que deveriam ser confidenciais.l O acesso indevido aos dados terá acontecido depois de a queixosa ter acusado um condutor da Uber de a violar na Índia.

O caso de violação aconteceu em 2014. Depois da alegada invasão de privacidade, a mulher de 26 anos acusou ainda a empresa de difamação por terem duvidado do sucedido e por terem dado a entender que a acusação de violação era uma tentativa da empresa concorrente local Ola Cabs atacar a rival e ganhar terreno.

A mulher indiana mudou-se para o estado norte-americano do Texas depois da violação, onde apresentou queixa anónima junto das autoridades, e na qual relatava que tinha sido raptada e violada por Shiv Kumar Yadav, condutor da Uber. Segundo a BBC, Yadav foi condenado a prisão perpétua – em Dezembro de 2014, o antigo presidente da Uber, Travis Kalanick, afirmava que faria "tudo para ajudar a levar o homem à justiça”.

Em Junho deste ano, a mulher que foi abusada sexualmente processou também a Uber devido à utilização de relatórios médicos, de forma ilícita, por parte do director executivo da empresa no continente asiático.

No processo judicial a que o The Verge teve acesso na altura, Jane Doe – o nome fictício pelo qual a mulher é tratada – acusava a empresa de a “violar” duas vezes aludindo ao facto de “obterem e partilharem, de forma ilícita, os relatórios médicos do abuso sexual”. “A negação de abuso sexual é mais uma forma de discriminação de género, que está enraizado na cultura da empresa”, declarou em Junho o advogado de Doe.

Agora, a empresa chegou a acordo com a denunciante, sem que sejam conhecidos quais os montantes em causa.