Centenário da Fonte de Marcel Duchamp e visões do amor no Museu Berardo em 2018

Próxima temporada do museu de Lisboa terá seis exposições temáticas. A primeira será Photo - Metragens, de João Miguel Barros, com inauguração a 21 de Fevereiro.

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Fonte é uma obra criada por Marcel Duchamp em 1917 REUTERS

Uma exposição que comemora o centenário da Fonte de Marcel Duchamp, que subverteu a função e o significado dos objectos domésticos, e uma exposição de arte inspirada no amor fazem parte da temporada do Museu Colecção Berardo para 2018.

No Place Like Home, que estará patente de 28 de Fevereiro a 27 de Maio de 2018, vai evocar o centenário da criação da Fonte de Marcel Duchamp em 1917, abrindo o calendário de seis exposições, de acordo com a temporada, divulgada à Lusa pelo museu, em Lisboa.

A exposição examina a forma como os artistas do século passado incorporaram e transformaram objectos domésticos, do quotidiano, nas suas obras, de forma a subverter as funções e os seus significados quotidianos, tal como Duchamp fez com Fonte, um banal urinol de porcelana branca.

Nesta exposição estão incluídas obras de artistas que vão de Marcel Duchamp, Man Ray, Claes Oldenburg e Andy Warhol a Louise Bourgeois, Mona Hatoum, Yayoi Kusama e Alina Szapocznikow, que desencadeiam novos pensamentos e perspectivas sobre o familiar.

Em Quel Amour!?, exposição que será apresentada de 3 de Outubro de 2018 a 3 de Fevereiro de 2019, são reunidos trabalhos de artistas que se inspiraram no amor. Amor como fonte de inspiração, como motivação, matriz ou apenas alusão, será o tema denominador comum das obras integradas nesta mostra, resultado de uma selecção internacional de artistas de diferentes culturas e gerações. Mostra em que, mesmo sendo um sentimento universal, o amor é percebido de forma diferente no Ocidente, no Oriente, no Extremo Oriente ou no Norte da África.

João Miguel Barros irá apresentar Photo - Metragens, de 21 de Fevereiro a 3 de Junho de 2018, um conjunto de short stories "construído a partir de insignificâncias que a vida nos revela", segundo a nota que apresenta a temporada. Esta exposição "faz parte de um roteiro pré-concebido, assumindo o propósito de mostrar pequenas estórias a partir do nada, do quase-nada, de coisa pouca, mas ciente de que cada uma delas contém um universo de complexidades".

De 22 de Março a 16 de Setembro, Linha, Forma e Cor - Obras da Colecção Berardo vai mostrar peças de arte não figurativas que dão prioridade à linha, forma e cor, elementos que podem ser considerados os principais blocos de construção da arte abstracta, desde o início do século XX. Os artistas icónicos associados a estas componentes da abstracção incluem Piet Mondrian, Kazimir Malevich, Vladimir Tatlin e Ellsworth Kelly, entre outros.

Pieter Hugo - Between the Devil and the Blue Sea, de 27 de Junho a 8 de Outubro, abordará o que divide e une as pessoas de todas as raças e culturas. O fotógrafo Pieter Hugo (Joanesburgo, 1976), criado na África do Sul pós-colonial, onde testemunhou o fim oficial do apartheid em 1994, interessa-se especialmente por captar com a sua câmara todas as dissonâncias sociais, não apenas no seu país natal, mas também em lugares como o Ruanda, Nigéria, Gana e China.

O artista capta particularmente as subculturas societárias e o fosso entre o ideal e a realidade, explorando todas estas questões nos seus retratos, nas cenas do quotidiano e nas paisagens. Esta exposição apresenta uma visão abrangente das séries de fotografia com as quais Pieter Hugo obteve reconhecimento internacional.

Purple, de John Akomfrah, estará no Museu Berardo de 7 de Novembro de 2018 a 10 de Março de 2019, fechando o ciclo da nova temporada. Trata-se de uma instalação em seis ecrãs sobre o Antropoceno, o período que se define pela significativa influência humana sobre a geologia e os ecossistemas da Terra.

Dando seguimento à instalação em três ecrãs, Vertigo Sea, realizada para a Bienal de Veneza de 2015, Purple é a segunda obra do trabalho de John Akomfrah sobre as implicações ao nível planetário das alterações climáticas.

Concebido como seis movimentos ou capítulos inter-relacionados, Purple será coreografado como seis meditações sobre aquilo que a filósofa Jane Bennett denominou "as aventuras da matéria vibrante". Misturando cenas originais filmadas com imagens de arquivo recolhidas em localidades de todo o mundo, o artista funde temas provenientes da Antiguidade com temas modernos.