BE chama Paulo Macedo por causa de rescisões na CGD
Bloquistas querem ouvir o presidente da Caixa Geral de Depósitos e o sindicato por denúncias de pressões para despedimento no banco público.
O plano de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos previa a redução do número de trabalhadores do banco público por via de rescisões amigáveis, sem recurso a despedimento, mas os bloquistas receberam queixas de que estavam a existir "pressões" sobre alguns trabalhadores para que aceitassem sair. Por essa razão, vão chamar Paulo Macedo, presidente da CGD, para prestar esclarecimentos ao Parlamento, mas também querem ouvir as denúncias apresentadas pelo Sindicato dos Trabalhadores das empresas do Grupo CGD (STEC).
Ao PÚBLICO a deputada Mariana Mortágua diz que esta é uma iniciativa para a qual espera que haja o acordo dos restantes partidos, de modo a que o Parlamento possa "escrutinar o processo de reestruturação" da Caixa. "Queremos fazer um ponto de situação da recapitalização e da reestruturação e perceber se o Parlamento pode ajudar a esclarecer" as dúvidas.
Mariana Mortágua relembra que o Governo deu garantias ao BE que o processo de recapitalização e reestruturação do banco público "não incluiria despedimentos de qualquer tipo, e que os trabalhadores estariam protegidos", lê-se no requerimento com o pedido de audições. Contudo, há dúvidas sobre se estas garantias estão a ser cumpridas por parte da administração da CGD.
A denúncia é feita pelo sindicato que diz que há trabalhadores pressionados para aceitarem as rescisões: "O sindicato tem alertado para algumas falhas nesse processo, atropelos e pressões sobre as rescisões por mútuo acordo", diz a deputada bloquista. É por essa razão que o requerimento inclui também uma audição dos sindicatos.
Além destes aspectos, o BE quer saber se há ou não a intenção, da parte de Paulo Macedo, de denunciar o "acordo de empresa, livremente negociado, e que entrou em vigor em Janeiro de 2016". Mais uma denúncia do STEC.
No rol de perguntas que o Bloco de Esquerda quer fazer a Paulo Macedo está ainda o facto de haver, diz o partido, a "intenção da administração da CGD de não proceder ao descongelamento de carreiras e salários dos seus trabalhadores", à semelhança do que ficou determinado em Orçamento do Estado para os funcionários públicos e uma vez que a CGD é um banco do Estado.
O requerimento para as audições foi entregue e ainda terá de ser votado.