Aplicação de pagamentos Revolut adopta bitcoins

A aplicação móvel de pagamentos, câmbios e transferências vai permitir armazenar e fazer transferências com divisas digitais.

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O valor da bitcoin ultrapassou os 11 mil dólares a semana passada Reuters/Dado Ruvic

A Revolut – uma popular aplicação móvel de pagamentos e transferências em tempo real – vai permitir transferências com bitcoins juntamente com as 25 moedas fiduciárias que já inclui na aplicação.

A informação foi avançada esta terça-feira pelo presidente executivo da startup, Nikolay Storonsky, durante uma conferência do TechCrunch em Berlim. Com a novidade, os utilizadores do cartão Revolut passam a poder guardar e transferir três tipos de criptomoedas (bitcoin, ether e litecoin) directamente das suas contas. 

A inovação do serviço, que passará a estar disponível a partir de quinta-feira, é que a Revolut promete conversões quase "instantâneas" (que demoram cerca de 30 segundos) de moedas fiduciárias para divisas digitais. Isto facilita o processo de aquisição de criptomoedas. Actualmente, a maioria dos utilizadores compra bitcoins em bolsas online, que funcionam de forma semelhante às bolsas de acções, mas não são reguladas.

"Vamos abrir a exposição a divisas digitais a todos", escreve Nikolay Storonsky, num comunicado enviado aos órgãos de comunicação social sobre o tema. "Apesar de ser uma das grandes tendências no mundo, conseguir exposição a criptomoedas é notoriamente difícil, moroso e caro." A dois dias do lançamento oficial, já há mais de dez mil utilizadores inscritos para experimentar a versão beta do serviço. 

O Revolut vê a falta de regulação deste tipo de divisas – que funcionam à margem de qualquer regulação, sem envolver bancos ou capital de risco – como uma vantagem. “Como as criptomoedas estão livres de governos, bancos e, por extensão, fronteiras, são o candidato perfeito para enviar dinheiro para o estrangeiro”, lê-se numa publicação recente no site da empresa que se foca em arriscar na inovação.

Com apenas dois anos de vida, o Revolut já tem mais de um milhão de utilizadores na Europa. Em Portugal, existem mais de cinco mil e o objectivo é que cheguem aos 20 mil antes do final do ano. “Além de abalar com os serviços financeiros tradicionais, colocamos a tecnologia no centro do nosso serviços”, explicou Storonsky no lançamento da plataforma em Portugal, em Outubro.

Oferecer serviços em divisas digitais faz parte do plano. O preço da bitcoin – a primeira e mais famosa divisa digital – quebrou a barreira dos 11 mil dólares (mais de 9300 euros) a semana passada. No início do ano, valia onze vezes menos, o que leva muitos críticos a comparem a divisa com uma “bolha” prestes a explodir. Para Storonsky, porém, a bitcoin não é uma fraude.

De acordo com o director, a introdução de divisas digitais está entre os pedidos mais feito pelos utilizadores da plataforma. "Ao permitir aos nossos utilizadores comprar, armazenas e vender divisas digitais estamos a fazer jus à nossa reputação como inovadores no mundo financeiro", acrescenta Storonsky. 

Ainda assim, a empresa chama atenção para alguns dos riscos destas divisas no seu site: “As criptomoedas exibem valores muito voláteis. Se alguém guarda criptomoedas para armazenar valor, ou especular no valor futuro de uma divisa digital, há sempre o risco de se perder o dinheiro se o valor da moeda baixar rapidamente."

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