Trabalhadores voltam a chumbar pré-acordo na Autoeuropa

Com 63% dos trabalhadores a votar pela recusa das condições negociadas pela nova comissão de trabalhadores, instabilidade laboral acentua-se na fábrica da Volkswagen em Palmela

Foto
dro daniel rocha

Dos mais de cinco mil trabalhadores da Autoeuropa, houve cerca de 86% que votaram esta quarta-feira, 28 de Novembro. E, destes, a maioria (63,2%) rejeitou o novo pré-acordo laboral que a recém-eleita comissão de trabalhadores (CT) negociou com a administração da fábrica da Volkswagen em Palmela, agudizando a conjuntura de instabilidade laboral que a empresa está a viver desde o Verão.

Esta foi, assim, a segunda vez que os trabalhadores da unidade de Palmela se pronunciaram este ano sobre as questões laborais da empresa, na sequência do início da produção do novo modelo, o T-Roc. Resta agora saber como é que o problema se resolve, e se a actual CT se mantém.

O acordo sobre o qual os trabalhadores se pronunciaram esta quarta-feira previa duas fases distintas: uma entre o início de Fevereiro e Julho do próximo ano, transitória, e outra a partir de Agosto, e que já incorporava a laboração contínua da fábrica de modo a satisfazer a procura do novo veículo utilitário desportivo, responsável pela esmagadora maioria dos cerca de 240 mil novos veículos previstos para 2018 naquela unidade fabril.

No comunicado enviado aos trabalhadores, a CT destacava o facto de ter conseguido "garantir a distribuição do horário semanal de segunda a sexta-feira na fase de transição, a manutenção do trabalho extraordinário como tal, a rotação semanal entre turnos, menos sábados trabalhados, mais dias de descanso para os trabalhadores". O pré-acordo previa ainda, sublinhava a CT, a contratação em 2018 "de cerca  de mais 400 colaboradores de modo a ser possível a introdução da 4.ª equipa de trabalho".

O pré-acordo tinha subscrito pela administração liderada por Miguel Sanches e pelos representantes da nova comissão de trabalhadores, eleita no início de Outubro e coordenada por Fernando Gonçalves. A vigência era de 12 meses, até ao final de 2018, pelo que no segundo semestre desse ano haveria uma “reanálise do modelo de trabalho acordado”, com base “nos indicadores de mercado e volume associado”.

No início de Agosto, a anterior CT acabou por pedir a demissão após a maioria dos trabalhadores ter rejeitado o primeiro pré-acordo que ficara estabelecido com a administração liderada por Miguel Sanches.

Sugerir correcção
Ler 6 comentários