Reforço total do dispositivo custou cerca de nove milhões de euros
As contas incluem meios aéreos, terrestres e postos de vigia.
O reforço do dispositivo de combate a incêndios, incluindo meios aéreos, terrestres e postos de vigia, custou cerca de nove milhões de euros, podendo o valor baixar depois de apuradas as horas de voo, segundo o Governo. A contabilidade dos meios áereos tinha sido feita pelo PÚBLICO na sua edição desta quarta-feira.
O prolongamento do dispositivo de combate aos fogos termina esta quarta-feira, depois de ter sido reforçado em Outubro devido às previsões meteorológicas adversas e da manutenção do risco elevado de incêndios florestais.
Numa resposta enviada à agência Lusa, o Ministério da Administração Interna (MAI) avança que o reforço de meios aéreos, entre 16 de Outubro e hoje, terá um custo para o Estado de cerca de 5,46 milhões de euros.
No entanto, o MAI sublinha que os encargos finais "serão menores", uma vez que, no caso dos aviões, "apenas serão pagas as horas efectivamente voadas" e, em relação aos helicópteros médios, "serão deduzidas as horas não voadas (até ao limite de 10% das horas contratadas)".
Segundo o MAI, as 12 aeronaves contratadas para o período de 16 a 31 de Outubro têm um encargo de 1,34 milhões de euros (incluindo IVA) e para o reforço de meios, entre 23 e 31 de Outubro, o encargo com as 17 aeronaves é de 1,46 euros (incluindo IVA).
As 27 aeronaves contratadas para o período de prolongamento do dispositivo, de 1 a 15 de Novembro, têm um encargo de 2,66 milhões de euros (incluindo IVA), de acordo com o MAI.
Além destes meios contratados, o reforço do dispositivo conta também com o dispositivo permanente do Ministério da Administração Interna, designadamente três helicópteros pesados e outros três ligeiros.
Em relação ao funcionamento dos 72 postos de vigia da responsabilidade da GNR, o Ministério da Administração Interna indica que, entre 11 e 31 de outubro, custaram 236.491 euros e, no período de 1 a 15 de Novembro, 208.491 euros.
O reforço do dispositivo terrestre, teve um encargo de 1,64 milhões de euros, entre 16 e 31 de outubro, e 1,51 milhões de euros, entre 1 e 15 de Novembro, refere igualmente o MAI.
A partir de quinta-feira passam a estar disponíveis os meios humanos e aéreos permanentes do Estado e dos bombeiros, segundo o Ministério da Administração Interna. Na resposta enviada à Lusa, o MAI refere ainda que a contratação de meios aéreos para combate a incêndios a empresas privadas será efectuado por concurso público internacional, estando este processo em fase de preparação.
Os incêndios florestais já provocaram este ano mais de 100 mortos, 64 dos quais em 17 de Junho em Pedrógão Grande e 45 nos fogos que em 15 de Outubro deflagraram em várias regiões da zona Centro.
Os últimos dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) indicam que os incêndios florestais consumiram este ano mais de 442 mil hectares, o pior ano de sempre em Portugal.