Prisão preventiva para dois seguranças do Urban

Dois dos três suspeitos são indiciados do crime de homicídio na forma tentada.

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daniel rocha

Dois seguranças suspeitos de terem agredido três pessoas à porta da discoteca K Urban Beach, na zona ribeirinha de Alcântara, em Lisboa, foram indiciados pelo crime de homicídio na sua forma tentada e ficaram em prisão preventiva. O terceiro, indiciado por ofensa à integridade física, ficou sujeito ao termo de identidade e residência, proibido de contactar com os outros dois e de exercer a profissão de segurança, informou a Procuradoria-Geral da República.

Seriam 13h30 quando os principais suspeitos da violenta agressão a três pessoas, ocorrida na madrugada de Halloween, quarta-feira, 1 de Novembro, foram presentes ao Juiz de Instrução Criminal, no Campus de Justiça de Lisboa. Os três vigilantes de segurança privada entraram na sala de audiências para primeiro interrogatório e aplicação das medidas de coacção como suspeitos de ofensa à integridade física e dois deles saíram indiciados por homicídio qualificado na sua forma tentada.

No fim da audição dos suspeitos, o tribunal divulgou um comunicado onde esclarece que as medidas de coacção foram decretadas "para salvaguardar a tranquilidade pública". A investigação, essa, prossegue com carácter de urgência máxima. Decorre no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, mais precisamente na unidade especial de combate ao crime especialmente violento, com a colaboração da PSP.

Os três homens foram detidos na sexta-feira. Durante a madrugada, na sequência das agressões registadas em vídeo publicado na Internet, a PSP deteve um segurança. Já ao início da tarde, outros dois. Todos funcionários da empresa PSG, que tem acordado com a gerência da discoteca a segurança doquele espaço.

Naquela mesma madrugada, a PSP dirigiu-se à K Urban Beach com outro propósito: o Ministério da Administração Interna ordenara o encerramento daquele espaço de diversão nocturna. Em causa está não só esta mas também outras 38 queixas “apresentadas à PSP desde o início do ano, por alegadas práticas violentas ou actos de natureza discriminatória ou racista".

Este sábado, a PSG tomou uma posição pública sobre o assunto. Em comunicado, aquela empresa de segurança privada declara que “instaurou de imediato os necessários processos disciplinares e suspendeu  preventivamente os trabalhadores envolvidos no incidente.”

A empresa – que conta “dez anos de existência no mercado, devidamente licenciada e certificada” e “emprega perto de mil trabalhadores, distribuídos por centenas de postos de trabalho” – afiança que “não se revê, de forma alguma, nos actos praticados no passado dia 1 de Novembro”. “Por ter plena consciência da gravidade dos factos ocorridos e por respeito à sua equipa de colaboradores, aos seus clientes, bem como ao público em geral, a administração da PSG, dentro da responsabilidade social que lhe cabe, deliberou que irá cessar todos os contractos referentes a estabelecimentos de diversão nocturna, com a finalidade de se distanciar de situações semelhantes, já que malogradamente, não conseguiu evitar as ocorridas”, remata.

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