Presença de Puigdemont causa desconforto na Bélgica

Oposição belga pede esclarecimentos ao Governo.

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Protestos pela presença de Puigdemont em Bruxelas YVES HERMAN/Reuters

A presença em Bruxelas de Carles Puigdemont e de outros membros do governo destituído da Catalunha causou embaraço na Bélgica e provocou reacções em cadeia dos vários partidos políticos.

A viagem do líder independentista à capital da UE e da Bélgica, com o objectivo de “europeizar” a crise catalã, surgiu depois das declarações, no domingo, do polémico secretário de Estado da Imigração do Governo belga, Theo Francken, que abriu a porta a um eventual pedido de asilo de Puigdemont. Theo Francken é da N-VA, partido nacionalista flamengo, que participa no Governo federal belga e que tem afinidades com o movimento separatista na Catalunha, como aliás reconhece o próprio Puigdemont.

Esta terça-feira, o vice-primeiro-ministro conservador flamenco, Kris Peeters, deixou claro que não via com bons olhos a presença do líder separatista catalão. “Creio que se alguém declara a independência, é melhor que fique próximo do seu povo”, afirmou.

Entretanto, estalou a polémica com os partidos da oposição, a pedirem esclarecimentos ao Governo e o líder dos socialistas francófonos a considerar que a presença de Puigdemont punha em causa “a credibilidade internacional da Bélgica”.

O primeiro-ministro Louis Michel, liberal, viu-se forçado a reagir, distanciando-se da visita da delegação catalã. Em comunicado, Michel disse que Puigdemont estava na Bélgica, mas não a convite do Governo e que o político catalão dispunha dos mesmos direitos e deveres que qualquer cidadão europeu.

Já o líder da N-VA, Bart De Wever, garantiu que o político catalão “é um amigo” e será “sempre bem-vindo”.

A imprensa belga tem especulado nos últimos dias sobre o impacto que pode ter a presença de Puigdemont na relação dos partidos do Governo e nas relações bilaterais com Espanha.

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