Portugal perdeu mais de 31 mil residentes no ano passado

A população portuguesa diminui há sete anos consecutivos, apesar do ligeiro aumento dos nascimentos e da desaceleração da emigração.

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Índice de fecundidade português continua a ser o mais baixo da União Europeia. Paulo Pimenta

A população portuguesa continua a diminuir há sete anos consecutivos, embora a um ritmo menos acelerado. O ligeiro aumento da natalidade e o decréscimo da emigração, conjugados, não têm sido suficientes para atenuar o efeito do aumento do número de óbitos.

Resultado: a população residente em Portugal no final de 2016 era de 10.309.573 pessoas, menos 31.757 do que no ano anterior, o que representa uma taxa de crescimento efectivo negativa (-0,31%), segundo as estatísticas demográficas divulgadas nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística.

Com a diminuição consecutiva dos nascimentos cada vez mais presente nas preocupações políticas, 2016 trouxe boas notícias ao apresentar um ligeiro aumento do número de nados-vivos: 87.126 face aos 85.500 do ano anterior. Este ligeiro aumento, porém, não representa qualquer inversão de tendência, conforme têm alertado os demógrafos. De resto, as contas feitas a partir do Programa Nacional de Diagnóstico Precoce, o chamado “teste do pezinho”, revelam que, entre Janeiro e Agosto deste ano, nasceram em média menos cinco bebés por dia.

Para quem prefira olhar para o copo meio-cheio, fica a nota positiva: o índice sintético de fecundidade subiu, no ano passado e pelo terceiro ano consecutivo, para os 1,36 filhos por mulher em idade fértil. Ainda assim muito abaixo dos 2,1 filhos por mulher que seriam necessários para garantir a substituição de gerações. E insuficiente para resgatar Portugal da cauda da União Europeia em termos de fecundidade.

Entre os 87.126 nascimentos e os 110.535 óbitos registados no ano passado, o saldo natural continua negativo em 23.409 indivíduos.

Quanto às migrações, entraram no ano passado em Portugal 29.925 imigrantes, contra as 38.273 pessoas que saíram para trabalhar e residir lá fora. O efeito conjugado deste movimento resulta num saldo negativo (8348 indivíduos), ainda que ligeiramente atenuado face a 2015.

Confirmando aquilo que já se esperava, a esperança de vida à nascença foi estimada em 80.62 anos, para o triénio 2014-2016, e continua a ser superior para as mulheres face aos homens (83,33 anos e 77,61, respectivamente).

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