Líder do BE defende "opções decisivas" para impedir negócio Altice/Media Capital
Catarina Martins diz que é preciso perguntar como é que foi possível a ERC não ter tomado posição sobre o assunto.
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) defendeu este domingo "opções decisivas" para "impedir" a compra da Media Capital, dona da TVI, pela Altice, que detém a PT Meo, por implicar "uma concentração" que "põe em causa a pluralidade da informação".
"Não é coisa pouca a liberdade de informação e de comunicação, é um pilar essencial da democracia e, portanto, é preciso tomar opções decisivas para impedir esta concentração", disse Catarina Martins aos jornalistas, no concelho de Beja, no Alentejo.
Segundo Catarina Martins, o Bloco de Esquerda já fez no passado e não deixará de fazer novas propostas "para parar" a concentração nos media, o que considera "um ataque à democracia, porque é um ataque à liberdade de imprensa" em Portugal.
"Foi um tremendo erro entregar a TDT [Televisão Digital Terrestre] à PT [Portugal Telecom], foi um negócio danoso do interesse público. Foi um tremendo erro deixar que a PT fosse destruída e entregue à Altice. Aumentar o erro, permitindo que a Altice compre a TVI, a Plural, uma série de conteúdos, fazendo uma concentração na comunicação social, que põe em causa pluralidade da informação no nosso país, é verdadeiramente desastroso e não deve acontecer", alertou.
Catarina Martins disse que "é preciso perguntar como é que foi possível a Entidade Reguladora para a Comunicação Social [ERC] não ter tomado posição sobre o assunto quando o parecer dos serviços técnicos é que este negócio tinha de ser parado, porque era um perigo para a liberdade de informação e comunicação" em Portugal.
O Conselho Regulador da ERC não chegou a consenso sobre a operação de compra da Media Capital (dona da TVI) pela Altice (proprietária da PT Meo), já que era necessário que os três membros estivessem de acordo.