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Direita incha com reprimenda de Marcelo ao Governo

PSD e CDS associam demissão de ministra à intervenção do Presidente.

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Hugo Soares, líder parlamentar do PSD Nuno Ferreira Santos

Foi como se tivessem injectado sangue novo nos partidos de centro-direita. A reprimenda do Presidente da República ao Governo abriu espaço para PSD e CDS reforçarem a ideia de que António Costa já “não inspira confiança” para se manter no cargo, de exigirem alto e bom som um pedido de desculpas e até de exprimirem “vergonha” pelo comportamento do executivo desde os incêndios de Pedrógão Grande.

Com a formulação “o Presidente pode e deve dizer”, Marcelo Rebelo de Sousa, na intervenção de terça-feira, aconselhou “humildade cívica”, defendeu que um pedido de desculpas se justificava e traduziu a moção de censura anunciada pelo CDS num desafio: que a esquerda parlamentar clarifique se quer manter este Governo em funções. 

Depois de muito tempo a torcer o nariz ao apoio do Presidente ao Governo, sociais-democratas e centristas gostaram do que ouviram da boca de Marcelo Rebelo de Sousa e deram voz à crítica indignada ao executivo. Acordaram com a demissão da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, e logo isso foi  pretexto para o CDS, através de Telmo Correia, vice-presidente da bancada, fazer a associação entre a decisão da saída da governante e a “muitíssimo relevante” intervenção do Presidente.

A demissão da ministra não esvaziou o balão das críticas do PSD ao Governo. Pelo contrário, o PSD anunciou apoio à moção de censura do CDS e o seu líder não poupou nas palavras. “Este Governo não merece uma segunda oportunidade”, disse Pedro Passos Coelho, depois de, na véspera, Marcelo Rebelo de Sousa ter defendido que é preciso “um novo ciclo” no executivo. Passos Coelho despiu até o fato de líder partidário para dizer que, como cidadão, sente “vergonha” perante a forma como o Governo se comportou nos últimos meses.

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