“Não vou pedir a demissão, senhor deputado.” As frases marcantes de Constança Urbano de Sousa

A ministra da Administração Interna pediu a demissão esta quarta-feira. Na carta, diz que tentou fazê-lo em Junho, mas o primeiro-ministro não aceitou.

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LUSA/Manuel Almeida

18 de Junho de 2017

O momento é um momento de pesar e de concentrar todo o esforço no combate a este incêndio [em Pedrógão Grande].

Os nossos operacionais estão a dar o melhor que podem e sabem trabalhar para combater este fogo. Neste momento, o tempo é mesmo de combate, de um combate sem tréguas.

O momento é de combater não é de fazer avaliações.

Lamentavelmente temos mais uma vítima mortal a registar, portanto o número aumentou neste momento para 62.

Estamos a assistir a uma enorme vaga de solidariedade e é de louvar. No entanto, eu queria fazer um apelo: O facto de as pessoas estarem a dar muitos mantimentos está neste momento a causar-nos algumas dificuldades de logística porque ficámos com excesso de alimentação.

Foi um dia muito emocionante. (...) É um momento de acção. Temos que agir e temos que reagir. Estou sem data de regresso.

19 de Junho de 2017

Um comandante nunca abandona os seus homens.

21 de Junho de 2017

Era mais fácil demitir-me, mas optei por dar a cara.

25 de Junho de 2017

Tirarei naturalmente as devidas ilações [caso a comissão de peritos independentes que vai investigar o incêndio de Pedrógão Grande conclua que houve falha dos serviços que tutela]. Agora, neste momento, eu acho que é muito prematuro estar aqui a seguir pelo caminho que é fácil, era o caminho mais fácil a seguir, ia satisfazer uma certa apetência que alguns têm pelo sangue, se quisermos. Mas ia resolver algum problema?

Este [incêndio em Pedrógão Grande] foi o momento mais difícil da minha vida.

28 de Junho de 2017
 

Desde a primeira hora, que estamos a recolher, analisar, cruzar todos os dados que dispomos e a tentar perceber tudo o que se passou [em Pedrógão Grande]. Mas esta é uma tarefa que leva o seu tempo.

A cobertura de rede é muito boa, a rede SIRESP tem constrangimentos como qualquer outra rede, mas estamos a falar de uma rede específica. Quando as outras falham esta tem que sobreviver.

"Há só uma certeza. O que aconteceu em Pedrógão foi um incêndio. Dentro daquele incêndio aconteceu qualquer coisa de anormal.

29 de Junho de 2017
 

No âmbito dos projectos associados à melhoria do funcionamento da rede SIRESP, da responsabilidade do MAI, importa referir que nenhum deles foi afectado por cativações.

Esclarecimento do Ministério da Administração Interna

6 de Julho de 2017

Não, nenhuma lista secreta [das vítimas mortais do incêndio de Pedrógão Grande]. Todas as pessoas foram identificadas pelo Instituto de Medicina Legal. (...) Não é o Governo que tem a lista, é o MP [Ministério Público], que é independente do Governo.

24 de Julho de 2017

Há falhas de funcionamento do SIRESP [Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal], mas não são de hoje.

27 de Julho de 2017

Tenho confiança neste sistema. Embora não consiga debelar todas as situações em ataque inicial, ou seja, nos primeiros 90 minutos, e sendo verdade que há ocorrências de incêndio que fogem a esse ataque inicial e tomem dimensões muito grandes, como tem sido o caso dos últimos incêndios, apesar de tudo tem-se conseguido debelar estas situações, tentando sempre em primeiro lugar e, tendo como prioridade, a segurança das pessoas.

9 de Agosto de 2017

[No incêndio em Pedrógão Grande houve] descoordenação no posto de comando da Autoridade Nacional da Protecção Civil [no terreno,] em especial com os outros agentes de Protecção Civil.

22 de Setembro de 2017

Ainda não é o momento para estarmos a falar sobre isso [uma remodelação na Protecção Civil], como é do domínio público o comandante nacional pediu a sua exoneração, a qual foi aceite. Neste momento temos o segundo comandante a assumir interinamente as funções de comandante nacional e, no seu momento, são tomadas as devidas decisões.

13 de Outubro de 2017

Não vou pedir a demissão, senhor deputado.
Dirigindo-se ao deputado centrista Nuno Magalhães num debate no parlamento, pedido pelo PSD, sobre o relatório técnico independente sobre os incêndios de Junho que provocaram a morte de mais de 60 pessoas

16 de Outubro de 2017

Para mim seria mais fácil, pessoalmente, ir-me embora e ter as férias que não tive, mas agora não é altura de demissões.

Neste momento estamos a viver uma tragédia, acho que não é o momento para a demissão, é momento para a acção para mudar aquilo que tem que ser mudado.

[Há] problemas estruturais pela frente que é necessário resolver. [Esta foi] uma situação absolutamente extraordinária.
 

18 de Outubro de 2017

Logo a seguir à tragédia de Pedrógão pedi, insistentemente, que me libertasse das minhas funções e dei-lhe tempo para encontrar quem me substituísse, razão pela qual não pedi, formal e publicamente, a minha demissão.