Carlos César: “Protecção Civil não tem respondido com prontidão”
O líder da bancada parlamentar do PS considera que não tem demonstrado a “capacidade operacional necessária”.
O líder da bancada parlamentar do PS, Carlos César, deixou nesta terça-feira de manhã uma nota crítica à actuação da Protecção Civil, dizendo que “não tem respondido com prontidão e capacidade operacional necessária”.
Carlos César, que falava após uma reunião da conferência de líderes, salientou a importância da Protecção Civil e referiu-se às medidas de “longo prazo e de curto prazo” que o Conselho de Ministros extraordinário deverá tomar no próximo sábado.
Na reunião da conferência de líderes desta terça-feira (que foi antecipada um dia), o PS tentou adiar o debate quinzenal marcado para amanhã, quarta-feira, por causa do luto decretado pelo Governo. O PSD e o CDS opuseram-se à proposta. PCP e BE estavam disponíveis para alterar a ordem de trabalhos fixada desde que houvesse consenso, segundo informou o secretário da mesa António Carlos Monteiro. Como as duas bancadas da oposição se mostraram contra o adiamento do debate, a agenda de trabalhos manteve-se inalterada.
Em declarações aos jornalistas, Carlos César considerou que seria “razoável e adequado” que a Assembleia da República adaptasse o seu funcionamento tendo em conta o luto decretado até quinta-feira. O vice-presidente da bancada comunista, António Filipe, também defendeu que a “Assembleia deveria adequar-se ao momento de recolhimento em que o país se encontra” e lamentou a posição de PSD e CDS. Heloísa Apolónia, de Os Verdes, lembrou que em Junho, a propósito dos incêndios de Pedrógão Grande, a agenda parlamentar foi alterada e foi marcada uma sessão evocativa.
Estas posições da esquerda, também partilhadas pelo BE, foram contrariadas pelo CDS. Telmo Correia, vice-presidente da bancada, defendeu que o debate quinzenal se devia manter para permitir que haja “contraditório”. Já o líder da bancada do PSD, Hugo Soares, não se pronunciou sobre esta questão – quando falou aos jornalistas ainda decorria a conferência de líderes – e aproveitou para anunciar que a bancada entrega esta-terça feira um projecto de lei que adopta um mecanismo rápido de indemnizações às vítimas dos incêndios deste fim-de-semana, à semelhança do que fez relativamente às vítimas de Pedrógão Grande e que foi chumbado pela esquerda parlamentar. O novo projecto também estará condenado também ao chumbo já que Carlos César, em resposta aos jornalistas, reiterou que as indemnizações às vítimas “não devem ter um procedimento automático” e que devem resultar do apuramento de uma comissão.
Apesar de não haver alterações na agenda parlamentar, o presidente da Assembleia da República cancelou a sua agenda durante os dias de luto até quinta-feira.