Montenegro pondera avançar para a liderança

No primeiro “almoço” com Carlos César, na TSF, Luís Montenegro falou sobre o momento do PSD e anunciou que vai fazer a sua avaliação

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Luís Montenegro falou na TSF esta quarta-feira Nuno Ferreira Santos

Não haveria melhor dia para estrear o novo programa de comentário político, na TSF, se não aquele que se seguiu ao anúncio de Pedro Passos Coelho de que não se pretende recandidatar à liderança do PSD. Luís Montenegro, ex-líder parlamentar social-democrata, e Carlos César, actual presidente da bancada do PS, foram ouvidos sobre este momento político que resultou das eleições autárquicas.

Luís Montenegro abriu as hostilidades deste “almoço” radiofónico a comentar o resultado eleitoral do PSD que, disse, “não estava nas cogitações de ninguém”. Mas cedo foi desviado para a questão da liderança. “Estava a premeditar uma candidatura?”, questionou o moderador. “Com certeza que não estava a premeditar uma candidatura”, respondeu Montenegro. Mas “nestas circunstâncias sou um daqueles que tem de fazer a ponderação do momento, ouvir muitas pessoas, tentar captar os indicadores para tomarmos uma boa opção e para podermos reerguer este grande partido”, acrescentou. 

“A ponderação não depende de ninguém, depende exclusivamente da avaliação que vou fazer”, disse, assumindo que está a fazer este exercício tranquilamente e “não dependendo de ninguém”. O deputado está muito pressionado para avançar para a liderança - como reconheceu na TSF - mas esta terça-feira deu indicações de que preferia não entrar na corrida agora. Mais tarde acabou por voltar atrás e pediu mais 48 horas para reflectir. 

Sobre Passos Coelho, Montenegro disse que respeita muito a decisão tomada e que compreende os fundamentos, mas que o tempo, agora, é de aprofundar e densificar. "Há um período em que vamos amadurecer a reflexão e escolher uma nova liderança. Vamos entrar na caminhada que nos vai levar às legislativas de 2019".

Quesntionado sobre se Passos fez bem em sair, Montenegro disse que "é muito difícil fazer a apreciação nesses termos", por ser "uma avaliação individual". Mas reconheceu: "Havia uma dificuldade de afirmação que o dr. Pedro Passos Coelho tinha nesta abordagem ao próximo ciclo eleitoral". 

Sobre o embaraço dos bons resultados do PS, o seu conviva de "almoço, Carlos César disse preferir "os embaraços da vitória, do que o embaraço da derrota" e considerou que Passos era já um "líder desacreditado". "Não vejo com que glória abandona o cenário político", disse.

Já depois destas declarações na TSF, Luís Montenegro foi interpelado pelos jornalistas no Parlamento e disse que não anda a contar apoios. "Fixem uma coisa: não ando a contar nem apoios nem espingardas nem nada dessa avaliação é preponderante para mim”.

Com Sofia Rodrigues

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