Nenhuma lista conseguiu maioria na Comissão de Trabalhadores

Nova CT terá de negociar novo regime laboral, com trabalho regular aos sábados.

Foto
Os novos horários geraram contestação entre os trabalhadores LUSA/RUI MINDERICO

A lista E, liderada por Fernando Gonçalves, foi a mais votada nas eleições para a comissão de trabalhadores da Autoeuropa, com 1212 votos (30,3%), mas sem conseguir maioria, elegendo quatro representantes. Seguem-se as listas D (com Fausto Dionísio à frente) e a C (encabeçada por José Carlos Silva, ligado ao  sindicato SITE Sul/CGTP), com três cada. Por fim, a lista A, liderada por Paulo Marques, conseguiu um representante. Ao todo, a CT é composta por onze trabalhadores. Sem conseguir eleger ninguém ficaram as listas B (encabeçada por Isidoro Barradas, do Sindel, sindicato afecto à UGT) e a F, do coordenador da comissão de trabalhadores demissionária, Fernando Sequeira. O mandato é até 2020. Do universo de 5128 inscritos, votaram 4011, ou seja, 78%. 

Para já, a data da tomada de posse da CT não está marcada.

Esta foi a primeira vez que houve seis listas na corrida para a CT. O modelo usado para a selecção dos membros das listas mais votadas é o método Hondt, de representação proporcional.

A primeira grande missão da nova CT será negociar o novo regime laboral, que implica trabalhar também aos sábados, de forma regular (com 18 turnos por semana), de modo a cumprir com as metas de produção do novo veículo da Volkswagen (VW), o T-Roc. Foi, aliás, por causa do trabalho aos sábados que a anterior CT acabou por pedir a demissão no início de Agosto, após a maioria dos trabalhadores ter rejeitado o pré-acordo que ficara estabelecido com a administração liderada por Miguel Sanches.

Do universo de 4462 funcionários que podiam votar no referendo sobre a compensação para a aplicação do horário de 18 turnos, houve 3472 que votaram (77,8% do total), E, destes, 2596 não aceitaram as condições em cima da mesa.

O pré-acordo estabelecia uma folga fixa ao domingo e outra rotativa ao longo da semana. Isto para que houvesse três turnos diários em seis dias da semana. A VW efectuaria então “um pagamento mensal de 175 euros adicional ao que está previsto na lei, 25% de subsídio de turno e a atribuição de um dia adicional de férias”.

Agora, a ideia da empresa passa por começar as  novas conversações o mais rapidamente possível.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários