BE diz que fechar OE após eleições “é mais difícil” do que se tivesse sido antes

Catarina Martins diz em Belém que objectivos bloquistas foram atingidos nas autárquicas. BE volta agora à mesa sobre orçamento.

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O Presidente da República está a tomar o pulso aos partidos LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

A coordenadora do Bloco de Esquerda reconhece que vai ser mais difícil fechar as negociações do Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) com o Governo agora que são conhecidos os resultados das eleições autárquicas.

Foi quase um desabafo que Catarina Martins fez no final da audiência com o Presidente da República, que tanto quanto disse aos jornalistas se centrou nesse processo negocial. “As negociações não avançaram como o BE teria gostado que avançassem antes do período eleitoral, agora são retomadas, assim é mais difícil do que se tivessemos feito antes, mas aqui estamos hoje como nos outros dias para continuar o trabalho”, afirmou. Mas não explicou o que queria dizer.

Antes, já tinha rebatido os pontos do caderno de encargos do BE para a lei orçamental para o próximo ano, mas de forma muito genérica: que “continue uma trajectória de repor rendimentos do trabalho e pensões”, o que passa por “um alívio do IRS” através da criação de novos escalões, pela justiça em relação a quem tem longas carreiras contributivas e o aumento das pensões em 2018. Juntou ainda o descongelamento das carreiras da função pública, melhores serviços públicos e mais investimento público.

“Queremos que o acordo que assinámos em 2015 para parar o empobrecimento seja cumprido e para ser cumprido exige que este orçamento faça escolhas”, sublinhou apenas. E garantiu que, pela parte do BE, não haverá qualquer alteração no relacionamento com o PS em assuntos nacionais.

Catarina Martins, que vinha acompanhada dos dirigentes Pedro Filipe Soares e José Manuel Pureza, garantiu que os resultados das autárquicas não foram tema da conversa com o Presidente da República, mas que serão analisados na terça-feira à noite, em reunião da Comissão Política. E aproveitou a oportunidade para reafirmar aos jornalistas que o BE tinha alcançado os seus objectivos, o que foi mais notório esta segunda-feira do que na noite eleitoral.

“Tivemos esta manhã melhores notícias do que tínhamos tido ontem à noite”, disse, sublinhando que o partido elegeu vereadores onde não tinha – recuperou em Lisboa e Almada e elegeu pela primeira vez em Abrantes, Vila Franca de Xira e Amadora -, atingiu o objectivo de retirar a maioria absoluta em Lisboa e ainda viu a coligação que integra no Funchal reforçar a vitória de há quatro anos. 

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