Marcelo lembra que falta apurar se houve ou não crime em Tancos

Presidente da República recusou comentar relatório das "secretas" por desconhecer a sua existência.

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A seguir ao furto, o Presidente foi a Tancos exigir uma investigação Miguel Manso

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recusou comentar as notícias que dão conta da existência de um relatório das secretas sobre o roubo de armas de guerra em Tancos, alegando desconhecer a sua existência.

“O que se quer saber é houve ou não houve crime. Se houve crime, houve criminosos. Se houve criminosos, como é que decorreu e quem são os responsáveis. Isso naturalmente que segue a sua investigação própria mas há-de chegar o dia em que teremos de apurar efectivamente o que existiu, naquilo que aparentemente se configurou como uma actuação potencialmente violadora das regras fundamentais do direito português”, reagiu aos jornalistas, a partir de Serralves, no Porto.

De acordo com o jornal Expresso, o relatório elaborado pelos serviços de informações militares critica duramente a acção do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, que qualificou como de grande “ligeireza, quase imprudente”, apontando-lhe ainda “declarações arriscadas e de intenções duvidosas”.

Já o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, reagiu acusando o Governo de "tiques de autoritarismo" por ocultar ao Parlamento informações sobre o furto de material de guerra em Tancos.

"Não sei se o senhor Presidente da República está a par do que se passa, mas o Parlamento não sabe de nada, temos de comprar o Expresso ao sábado para saber o que se passa com o Orçamento, para saber o que passa com os paióis militares, para termos as notícias que o Governo tem a obrigação de prestar ao Parlamento?", questionou, à margem de uma acção de campanha no Marco de Canavezes.

Para Passos Coelho, "o Governo, a começar no primeiro-ministro e a acabar nos ministros, oculta informação que tem e pelos vistos ainda dá ralhetes" a deputados no Parlamento. O líder do PSD referia-se a outra notícia do Expresso, segundo a qual António Costa teria admoestado os deputados socialistas da Comissão de Defesa por não terem defendido o ministro Azeredo Lopes.  

Passos Coelho salientou ainda que o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, já deu entrevistas, já foi ao Parlamento, mas ainda não esclareceu o que se passou com o furto de material de guerra em Tancos há mais de dois meses.

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