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Rafa ou os 16,4 milhões de euros mais caros do Benfica

A segunda mais cara contratação de sempre dos "encarnados" demora a provar o seu valor.

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LUSA/MÁRIO CRUZ

Rafa Silva, avançado. Custou 16,4 milhões de euros e tem uma cláusula de rescisão de 60 milhões de euros. Já foi dez vezes internacional pela selecção portuguesa. Integrou a comitiva nacional no Mundial 2014 e jogou um minuto na campanha do Euro 2016, que levou Portugal ao título, sagrando-se, por isso, campeão europeu. Em 2016, foi protagonista da maior transferência de sempre entre clubes portugueses, quando trocou o Sporting de Braga pelo Benfica. Tornou-se nessa data o segundo jogador mais caro da história dos “encarnados”, só atrás do mexicano Raúl Jiménez. E, no entanto, 38 jogos depois de ter chegado à Luz, soma quase o mesmo número de exibições desoladoras, tendo marcado apenas dois golos.

Nesta quarta-feira, frente ao Sp. Braga, na Taça da Liga, Rafa realizou mais uma dessas performances. Titular pela segunda vez esta época, depois de ter estado no “onze” inicial em Vila do Conde, onde o Benfica empatou (saiu ao minuto 79’), o avançado “encarnado” esteve 83’ em campo, mas não se deu por ele. Ou melhor, deu-se quando isolado e perante uma saída precipitada do guarda-redes bracarense, acertou com a canela na bola, falhando o “chapéu” e desperdiçando uma boa ocasião de golo.

A vida de Rafa no Benfica tem sido isto. Oportunidades desperdiçadas, exibições falhadas, e uma sensação de dinheiro “mal gasto” que já poucos benfiquistas conseguem disfarçar. Na temporada passada, foi apenas o 13.º jogador mais utilizado na Liga. Contabilizando os jogos de todas as competições foi titular em 20 partidas e suplente utilizado em 13. Números a que se juntam os cinco encontros em que já participou esta época. E, no total, Rafa soma apenas dois golos.

Este subrendimento do avançado de 24 anos, nascido na freguesia de Forte da Casa, Vila Franca de Xira, contrasta com a cobiça que despertou antes de assinar pelos “encarnados”. Depois de um par de temporadas em que se tornou indiscutível no “onze” dos minhotos, FC Porto e Shakthar Donetsk mostraram interesse na contratação do jogador que já antes, ainda quando alinhava pelo Feirense, tinha merecido a atenção do Sporting. A verdade é que no último dia do mercado de transferências de 2016-17 foi o Benfica quem ganhou a corrida, desembolsando uma soma assinalável e contando a seu favor com a preferência do atleta.

Agora, um ano depois, os números e as exibições de Rafa fazem com que haja muitos dedos apontados ao internacional português que, entretanto, também deixou de fazer parte das escolhas de Fernando Santos.

Paulo Fonseca, que treinou Rafa no Sp. Braga e que o desejou levar consigo para o Shakhtar Donetsk quando foi orientar a equipa ucraniana, vaticinou um futuro promissor para o avançado na Luz. “[Rafa] Tem uma grande margem para crescer. Só depende dele, das circunstâncias e dos resultados do Benfica", disse na altura ao DN. Mas o técnico não deixou de apontar algumas dificuldades que Rafa teria que ultrapassar se quisesse singrar: “Precisa de tempo para encontrar o seu espaço e afirmar-se como titular. O contexto é diferente, terá de perceber a grandeza e a exigência de um clube como o Benfica.” E logo a seguir tocou num ponto que, até agora, tem sido o verdadeiro calcanhar de Aquiles de Rafa: “Tem de evoluir nas decisões no último terço do campo. É o seu defeito." E com apenas dois golos marcados em 38 jogos disputados, a palavra avançado é a que pior fica ao lado do nome Rafa.

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