Do obscurantismo de Bram Stoker à exuberância de António Variações no TAGV

Programação da sala de Coimbra até ao fim do ano passa por residências artísticas, teatro e cinema. E também haverá obras de beneficiação do sistema de som e da mecânica de cena.

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António Variações vai ser objecto de um espectáculo multimédia dr

A programação do Teatro Académico de Gil Vicente para os últimos quatro meses do ano aposta no “teatro de criação, de experimentação”, em residências artísticas e no cinema de autor, afirmou na apresentação da nova temporada o director da sala de espectáculos de Coimbra, Fernando Matos de Oliveira.

Do Brasil vem o Coletivo Soul para três meses de residência artística com base numa peça apócrifa de Bram Stoker. Durante os três meses de criação, o colectivo vai oferecer workshops, seminários, aulas abertas e um diálogo com todos os criadores que desejem participar, explicou Fernando Matos de Oliveira. O projecto, que inclui um périplo por Amazónia, Coimbra, França e Roménia, culmina em Novembro na estreia em palco da peça Drácula or the Un-dead, que parte do texto do autor irlandês e tem dramaturgia da portuguesa Patrícia Portela e do brasileiro Alexandre Dal Farra.  

Já a 24 deste mês, a École de Maîtres, o projecto internacional de formação performativa de que o TAGV faz parte que este ano teve direcção do coletivo belga Transquinquennal, leva ao palco Negociatas.

Em Dezembro, será a vez de António Variações ocupar o palco. A propósito do congresso Variações sobre António, organizado pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, vários músicos da cidade montam um espectaculo performativo e multimédia que pretende evocar o percurso e o impacto na cultura portuguesa do artista que morreu em 1984.

Pelo TAGV vai passar também a peça O Olhar de Milhões, de Raquel Castro, numa co-produção da rede Cinco Sentidos, que reúne equipamentos culturais de vários pontos do país. Matos Oliveira refere que o espectáculo oferece “uma reflexão sobre o turismo de massas hoje, muito articulada com o olhar cientifico e cultural” sobre o que é isso da “turistificação de quase tudo”.

Outras criações que percorrem outras salas do país passam também por Coimbra, como Moçambique, da mala voadora, a 13 de Outubro, ou Dramatículos 2, do Teatro da Rainha, a 9 de Novembro.

A rubrica Cinema à Segunda mantém o seu lugar na programação, com o TAGV a não abdicar de funcionar “como a cinemateca de Coimbra”, um dos poucos espaços na cidade onde se pode assistir a cinema de autor. No ecrã serão exibidos filmes de Christophe Honoré, Jacques Demy, Teresa Villaverde, Gus Van Sant ou Wim Wenders. Também fazem parte da programação uma extensão da Festa do Cinema Francês e o festival Caminhos do Cinema Português. 

Entretanto, o TAGV também vai sofrer uma intervenção, que não deverá causar qualquer interrupção na programação. A vice-reitora da Universidade de Coimbra para a cultura, Clara Almeida Santos, anunciou que o sistema de som e a mecânica de cena vão ser melhorados entre Dezembro e Janeiro de 2018. As obras vão custar “entre 160 a 170 mil euros” à universidade, sendo que o auditório já tinha sido requalificado em 2015.

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