Ordem dos Médicos pede "serenidade e acção" no sector da saúde

Ordem lamenta que os enfermeiros tenham servido de "bodes expiatórios e armas de arremesso" nos últimos protestos dos enfermeiros. A entidade apela ao Ministério da Saúde para que reconheça o valor destes profissionais.

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Adriano Miranda

A Ordem dos Médicos (OM) considerou esta segunda-feira que o sector da saúde vive um "momento especialmente complexo" que exige "serenidade e acção" e apelou ao Ministério da Saúde que reconheça o valor dos profissionais.

Em comunicado enviado à  Lusa, o bastonário, Miguel Guimarães, e o conselho nacional da OM lamentam que os médicos tenham servido de "bodes expiatórios e armas de arremesso", nos recentes protestos e greve nacional dos enfermeiros, em particular no que toca a comparação de remunerações.

"Em termos gerais, o grupo profissional médico representa, quer em termos nacionais quer no SNS [Serviço Nacional de Saúde], aproximadamente 22% dos recursos humanos e 45% das despesas remuneratórias", afirma a OM.

Num braço de ferro com o Ministério da Saúde que se prolonga desde Julho, os enfermeiros reivindicam a introdução da categoria de especialista na carreira de enfermagem, com respectivo aumento salarial, bem como a aplicação do regime das 35 horas de trabalho para todos os enfermeiros.

"A situação actual reclama serenidade e acção, capacidade de resposta para os doentes urgentes. (...) Neste momento, especialmente complexo, a Ordem dos Médicos recomenda ao Ministério da Saúde uma gestão baseada na firmeza, justiça, reconhecimento do valor dos profissionais", lê-se no comunicado.