Autárquicas: Robles responsabiliza Cristas por despejo de mil famílias

O candidato do Bloco de Esquerda criticou também a actuação do actual presidente da câmara de Lisboa, Fernando Medina, em relação à venda de património.

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O arranque da campanha de Robles começou na Mouraria, ao lado de Catarina Martins LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O candidato do BE à Câmara de Lisboa, Ricardo Robles, responsabilizou neste sábado a ex-ministra Assunção Cristas pelo despejo de mais de mil famílias em Portugal desde o início deste ano, devido à lei do arrendamento.

O BE escolheu o Largo da Severa, na Mouraria, para o arranque das duas semanas de campanha de Ricardo Robles, tendo estado a líder bloquista, Catarina Martins, presente neste comício com a habitação como tema central.

"À direita já ouvimos a sua política de habitação. Temos a lei dos despejos de Assunção Cristas. Desde o início do ano foram despejadas mil famílias. São cinco famílias por dia que recebem cartas de despejo que estão assinadas pelo senhorio, mas está lá também a assinatura de Assunção Cristas", condenou.

Robles condenou também a actuação do presidente e recandidato socialista, Fernando Medina, considerando que deu "o pior contributo para piorar a cidade", já que a "venda de património foi um contributo para a subida dos preços especulativos".

Referindo-se ao Programa Renda Acessível, aprovado na assembleia municipal com o voto contra do BE, manteve a crítica: "parcerias público-privadas na habitação num país escaldado por estas PPP".

Neste programa de arrendamento de 6000 fogos a custo reduzido, o município disponibiliza terrenos e edifícios, cabendo a privados construir ou reabilitar. A proposta do BE é um "programa 100% de habitação" com "7500 casas a rendas acessíveis", querendo também criar uma bolsa municipal de habitação e possibilitar incentivos fiscais aos privados para reabilitar casas que estão fechadas.

O arranque do comício foi um pouco diferente do habitual, tendo sido Carla Pinheiro, uma moradora ameaçada de despejo na Rua dos Lagares, no coração lisboeta, a intervir, com as restantes vizinhas do prédio em palco. "Neste episódio das nossas vidas o BE teve um papel importantíssimo, não pedindo filiações nem pedindo votos. Ricardo Robles desafiou a câmara a resolver a nossa situação e fez toda a diferença nesta nossa luta", elogiou.

Já para a candidata do CDS-PP, Assunção Cristas, sobraram críticas: "Ouvi os debates e comecei-me a rir quando ouvi Assunção Cristas a dizer que foi aos bairros. À Mouraria ela não veio e os pés no 25 da Rua dos Lagares ela não pôs".

A 1 de Outubro concorrem em Lisboa Assunção Cristas (CDS-PP/MPT/PPM), João Ferreira (CDU), Ricardo Robles (BE), Teresa Leal Coelho (PSD), o actual presidente, Fernando Medina (PS), Inês Sousa Real (PAN), Joana Amaral Dias (Nós, Cidadãos!), Carlos Teixeira (PDR/JPP), António Arruda (PURP), José Pinto-Coelho (PNR), Amândio Madaleno (PTP) e Luís Júdice (PCTP-MRPP).