Ordem para reforçar segurança em Tancos nunca foi aplicada
Proposta de despacho do chefe de Estado-Maior do Exército foi elaborada há cerca de um ano, mas não chegou a ser assinada.
Antes do assalto a Tancos, ocorrido em Junho passado, o chefe de Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, já tinha constatado que as condições de segurança dos paióis não eram suficientes, propondo por isso que a vigilância fosse concentrada num único pelotão, em vez de ser feita de forma rotativa por várias unidades.
Segundo o jornal Expresso, que avança com a notícia na sua edição este sábado, Rovisco Duarte fez, há cerca de um ano, uma proposta de despacho nesse sentido, mas acabou por nunca assinar esta ordem. Uma fonte oficial do Exército indicou ao semanário que “não existem documentos relacionados com a segurança dos Paióis Nacionais de Tancos a aguardar despacho”.
Na proposta, a que o jornal teve acesso, e que data de Setembro de 2016, defendia-se que na primeira incorporação seguinte, prevista para 17 de Outubro desse ano, “fossem incorporados os efectivos necessários” para assegurar a existência de um pelotão único dedicado “em exclusivo à segurança dos paióis e com formação específica para o efeito”.
Fontes militares citadas pelo Expresso consideram que se esta ordem tivesse ido por diante o assalto a Tancos poderia nunca ter acontecido.
Não são ainda conhecidas as circunstâncias em que ocorreu o assalto. Na próxima semana o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, vai ser ouvido no parlamento. Numa entrevista que deu recentemente ao Diário de Notícias e à TSF, Azeredo Lopes admitiu que, “no limite, pode não ter havido furto nenhum”, declarações que provocaram um coro de protestos.